O recado das urnas têm sido cada vez mais claro para os chamados partidos tradicionais de Santa Catarina. Legendas como o MDB, Progressistas, PSDB e PSD estão sucumbindo a cada eleição que passa, e, tais quais sapos em uma panela de água quente, todos estão morrendo sem nem saber o que os têm matado.
Há várias situações que levaram estas legendas a perder seus espaços no cenário político, e cada qual tem suas individualidades para estas perdas. Em linhas gerais, no entanto, há algumas características bastante similares que as unem rumo ao precipício. A primeira e mais significativa diz respeito a falta de reoxigenação de seus quadros. Todas estas legendas continuam com os mesmos caciques que tinham à dez, vinte, trinta anos atrás. Em um mundo onde um dia equivale a uma semana, e um mês a um ano, as siglas tradicionais de Santa Catarina insistem em apresentar à sociedade líderes desgastados pelo tempo. Uma geração inteira já se foi, e os líderes ainda permanecem os mesmos.
Outra situação extremamente emblemática, e que acaba derivando da primeira, diz respeito a falta de sintonia com a realidade. O discurso destes partidos é analógico, em meio a uma sociedade digital. Os líderes destas legendas insistem em defender teses que já não fazem mais sentido para a sociedade atual, e que só ecoam junto a seguidores tão anacrônicos quanto a quem defende tais teses. No fim, fala-se meramente para quem compactua cegamente com aquilo que é falado, sendo isto é um grande limitador, pois o discurso não vai adiante.
Por fim, e também como derivação das duas primeiras situações, temos líderes carecendo de sintonia com a realidade atual da sociedade. Os líderes são antigos, os discursos são antigos, mas a sociedade é nova. Isto não tem necessariamente a ver com a idade cronológica dos cidadãos, mas com as demandas sociais, que estão longe de ser as mesas de meio século atrás. O problema é que os discursos são de meio século atrás. O cidadão, por exemplo, não quer mais atendimento no setor de saúde. Ele quer atendimento para os casos de oncologia no sistema digestivo, com a efetiva solução do problema. Ele não quer mais escola. Ele quer aulas de qualidade, com acesso as tecnologias do ensino particular, com ônibus pegando e deixando seu filho na porta da casa. Ele não quer mais meramente segurança. Ele quer patrulhas fazendo rondas em seu bairro e rua, com giroflex ligado todas as noites.
Há algo bastante comum entre estas e tantas outras demandas: a individualidade da expectativa. De um modo geral, o cidadão não está mais preocupado com aquilo que é coletivo, e sim com a resolução de questões que dizem respeito diretamente a ele. É justamente aí que a velha guarda da política catarinense se perde. Ela não percebeu que não basta mais apenas uma rodovia. Esta rodovia precisa ter acostamento, iluminação ciclovia, faixa de pedestre, sinalização, e de preferência um belvedere com banheiros masculino, feminino, infantil, e tantos outros para o público LGBTQIA+.
Os políticos que não entenderem que a sociedade está cada vez mais líquida, em pouco tempo deixarão definitivamente de ser atrativos para o mercado consumidor, cujos procuradores são os eleitores.
Prefeito, vice e vereador de Turvo são absolvidos pelo TRE/SC
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina confirmou absolvição do prefeito de Turvo, Sandro Cirimbelli (PP), de seu vice, Osvaldo Fávaro (PP), e do vereador Rogério Dagostin (PP), que haviam sido acusados de abuso de poder econômico durante pleito eleitoral de 2020, que os elegeu. Ano passado os três já haviam sido absolvidos pelo juiz eleitoral da 42º Zona Eleitoral, de Turvo. O processo subiu para o TRE/SC, que ontem confirmou mais uma vez a absolvição dos três. Em princípio, a justiça eleitoral não viu provas que confirmassem abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral. A ação havia sido proposta por uma candidata do MDB ao legislativo naquele pleito.
Plano 1000 não deverá ser levado adiante
Fonte ligada a futura gestão estadual confirma que Jorginho Mello (PL) não irá levar adiante o Plano 1000. Em princípio, todos os projetos de prefeituras que já estão protocolados no Governo do Estado, a espera de licitações, serão objetos de uma análise criteriosa, mas sem expectativa de que serão levados adiante sem uma conversa mais profunda entre o futuro governador e os prefeitos proponentes. Em relação às licitações que estão sendo lançadas, há a possibilidade de que estas sejam suspensas, caso o prazo de abertura adentre o mês de janeiro, quanto a gestão do atual governador Carlos Moisés da Silva (Rep) já tiver acabado.