Rolando Christian Coelho | 31/10/2022 | Deu Jorginho Mello aqui e Lula lá

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Senador Jorginho Mello (PL) confirmou seu favoritismo e foi eleito governador de Santa Catarina para o próximo quadriênio, com mandato a ser iniciado no dia 1º de janeiro. Em nível nacional, em que pese o fato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ter crescido muito em relação a primeiro turno, isto não foi suficiente para derrotar o ex-presidente Lula da Silva (PT), que voltará ao poder depois de 12 anos. Jorginho e Bolsonaro mantiveram um percentual médio de 70% dos votos entre os eleitores catarinenses, com os 30% restantes sendo destinados a Décio Lima (PT), que concorreu ao governo, e a Lula da Silva.
No que diz respeito ao futuro governo estadual, tudo indica que ele será de coalisão, sem um viés bolsonarista explícito. Jorginho é um político bastante ligado ao pensamento conservador e liberal, mas sempre esteve muito próximo a social-democracia. Vale lembrar que ele já foi um dos caciques do PSDB no Estado, e que sua primeira suplente no Senado é dona Ivete Appel Silveira (MDB), esposa do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB). Em linhas gerais, os bolsonaristas não devem esperar de Jorginho um governo francamente vocacionado aos princípios da direita, porque isto não acontecerá. Ele deverá caminhar muito próximo à legendas como o MDB, PSDB, PSD, União Brasil e Progressistas. Obviamente que Jorginho não abrirá mão de seu eleitorado primário, até porque ele está longe de ter a ingenuidade política do atual governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que optou pelo distanciamento do presidente Bolsonaro. O futuro governador será aliado inconteste do atual presidente, mas muito próximo dos partidos tradicionais de centro.
Em nível nacional, as expectativas dos esquerdistas mais entusiasmados devem ser frustradas em relação a um novo governo de Lula da Silva (PT). O ex-presidente ganhou, mas sabe que os derrotados estão mobilizados. Não se tratou de uma vitória sobre um adversário, mas sim de uma vitória sobre um movimento. O fato é que o bolsonarismo é muito maior que o presidente Bolsonaro. Trata-se da cristalização de um propósito que permanecerá atento 24 horas por dia, bem ao contrário de outros derrotados pelo PT em eleições passadas, que antes mesmo da posse de Lula ou Dilma Rousseff (PT), em grande parte, já haviam se vendido a estes.

Nordeste fez toda diferença para Lula

Lula arrebatou o Nordeste mais uma vez. Sua diferença naquela região do país foi seis vezes maior do que a diferença anotada em nível nacional. Trata-se de uma incógnita gigantesca para a esquerda brasileira, na medida em que se observa que a região mais pobre do Brasil vê em Lula a esperança de ascender. O problema é que na medida em que forem promovidos os investimentos necessários para que o Nordeste tenha pleno desenvolvimento econômico, e por consequência social, muito provavelmente ele deixará de ser simpático à esquerda. Por outro lado, alijar o Nordeste da industrialização, do fomento a economia formal, é condenar toda uma região do Brasil ao escravagismo governamental. O grande desafio do PT e seus aliados é criar uma equação que consiga gerar riqueza e renda ao povo nordestino, sem deixa-los ser mordido pela mosca azul do capitalismo.

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Décio no segundo turno foi grande vitória do PT em SC

Coordenador regional do PT aqui no Extremo Sul, ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Araranguá, Ozair Banha da Silva, com bastante maturidade, esperava a derrota de Décio Lima (PT) na disputa pelo Governo do Estado, tão logo foram fechadas as urnas, ontem, às 17h. Naquele momento, de acordo com ele, a grande vitória do PT havia sido chegar ao segundo turno na eleição estadual. Banha também previa uma disputa acirrada em nível federal, mas tinha convicção que Lula venceria o embate contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Banha é bastante ligado ao ex-deputado federal José Fritsch (PT), que na eleição deste ano concorreu como suplente do senador Dário Berger (PSB), em sua tentativa de reeleição. Fritsch, por sua vez, é um dos nomes cotados para compor os principais escalões do governo de Lula.

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