Amo aqueles filmes que viajam no tempo. Alguns voltam ao passado, outros nos levam ao futuro. Há também os que misturam tudo — e, se não estamos atentos, nos perdemos na ordem dos fatos.
Eu, particularmente, se pudesse, amaria voltar ao passado para reviver alguns momentos bons. Viajar para o futuro, no entanto, não me atrai. Relembrar o que foi bonito pode ser uma verdadeira terapia. Faz bem à alma e ao coração. Quando deixamos a mente fluir, conseguimos até sentir cheiros de lugares, de coisas… e até de pessoas.
Nascer em Praia Grande, Santa Catarina, foi um privilégio. Mas a minha maior paixão, quando menina, era ir com minha mãe a Torres/RS, sua terra Natal. Cada visita a minha avó Ana — mãe dela — e aos tios e primos da família Matos, era como estar no paraíso. Havia algo mágico naquele lugar. Sempre que bate a saudade, volto lá em pensamento.
A curiosidade em conhecer a história da família Matos (ou Mattos) sempre me acompanhou. Ao longo dos anos encontrei livros, pesquisas e fragmentos de histórias, mas o fio da meada parecia sempre escapar.
Sabia da história de Manoel de Mattos Pereira (1755) e Quitéria Rosa de Jesus (1760), que deixaram Portugal e se estabeleceram em Palhoça /SC, mas não encontrava o elo que ligava meu avô Inácio Manoel de Mattos Primo a esses descendentes.
Todos os Matos e Mattos pareciam se encaixar na árvore deles — menos eu.

Um fato importante e curioso, é que Cláudio Fontana é o autor da famosa música “O Homem de Nazaré” que ficou famosa em 1970 na voz de Antônio Marcos e que voltou às paradas de sucesso no final dos anos 90 na voz de Chitãozinho e Xororó.
Depois de muita pesquisa, encontrei on-line os registros de óbito dos meus avós e, a partir daí, localizei a certidão de casamento dos pais do avô Inácio. Dali em diante, os galhos começaram a se encaixar e a crescer. Para minha surpresa, descobri que não sou descendente de apenas um dos filhos do casal, mas de quatro deles.
A história é fascinante. Saber que sou parte de uma das famílias que mais contribuíram para o desenvolvimento do Sul de Santa Catarina e do Norte do Rio Grande do Sul é algo que me emociona profundamente.
Conhecer minhas raízes e saber de onde vim é maravilhoso. Mas há algo ainda mais importante: entender por que estamos aqui.
Quando falamos em autodesenvolvimento — em buscar nossa melhor versão —, é preciso lembrar que o primeiro passo é compreender quem somos.
O autoconhecimento não é apenas descobrir de onde viemos; é entender o que nos move, o que dá sentido a nossa existência.
Ao despertar todas as manhãs e olhar-se no espelho, qual é o primeiro pensamento que vem a sua mente?
Qual é o seu propósito de vida?
O que lhe traz motivação e contentamento?
E, ao voltar para casa, como você sabe que cumpriu a sua missão?
Todos temos sonhos e objetivos, mas é o propósito que nos mantém firmes diante dos desafios. Ele é a chama que nos mantém acesos mesmo quando falta coragem, mesmo diante das frustrações.
Eu tenho um propósito: impactar o mundo ao meu redor de forma positiva.
Posso voltar para casa cansada, frustrada e decepcionada — mas, se eu tiver feito a diferença na vida de pelo menos uma pessoa, sinto o dever cumprido.
E você?
O que faz você se sentir realizado mesmo nos dias em que tudo parece desabar?
O que lhe mantém em pé diante das incertezas?
Qual é o seu propósito de vida?
Quando finalmente encontrei minha conexão com a família de Manoel e Quitéria, descobri minhas raízes. Fiquei feliz em saber que meus antepassados, assim como eu, deixaram o país que amavam em busca de novos horizontes.
Mas a melhor descoberta foi quando olhei para dentro de mim e encontrei o motivo pelo qual nasci e a razão pela qual vivo.
Você também pode encontrar o seu propósito — ele está aí, dentro de você, esperando para ser despertado. Acredite!