Faleceu na manhã desta terça-feira (11) o músico João Chagas Leite, um dos nomes mais emblemáticos da música nativista do Rio Grande do Sul. O artista, de 80 anos, estava internado no Hospital de Caridade de Erechim (HCE), no norte do Estado, onde tratava um câncer.
A morte foi confirmada por familiares. Chagas Leite havia passado por cirurgia e vinha se recuperando bem, inclusive com planos de retornar aos palcos ainda este ano. Em maio, ele chegou a declarar, em entrevista, que “respirava música o dia inteiro” e que a paixão pelo palco continuava inabalável.
Natural de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, João Chagas Leite deixa um legado inestimável à cultura regional. Com mais de 300 composições, o artista é autor de clássicos como Desassossegos, Penas, Campo, Pampa e Querência, Ave Sonora e Por Quem Cantam os Cardeais. Ao longo de cinco décadas de carreira, conquistou 13 primeiros lugares em festivais nativistas e venceu duas vezes consecutivas a Tertúlia Musical Nativista, um dos principais eventos do gênero no Estado.
Mesmo enfrentando uma deficiência física na mão esquerda, Chagas Leite nunca se afastou do violão. Adaptou-se tocando de forma invertida e, mais tarde, utilizando um dedal — símbolo de sua perseverança e amor pela música.
O sepultamento ocorrerá às 9h de quarta-feira (12), no Cemitério Pio XII, também em Erechim
Em nota, a Prefeitura de Uruguaiana informou que decretará luto oficial de três dias em homenagem ao conterrâneo. “João Chagas Leite é um filho ilustre desta terra, cuja obra e legado seguirão vivos na música tradicionalista gaúcha”, diz o comunicado.
A morte do cantor provoca comoção entre músicos e admiradores do nativismo. Sua voz e suas letras marcaram gerações e ajudaram a consolidar o movimento que mantém vivas as tradições e a identidade cultural do Rio Grande do Sul.










