Vereador Carlos Bolsonaro (PL) renunciou ontem ao seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ocasião em que anunciou a transferência de seu domicílio eleitoral para Santa Catarina, por onde almeja disputar o Senado Federal ano que vem. Carlos ocupou uma cadeira no legislativo carioca por sete mandatos consecutivos, e, em que pesassem as oportunidades, nunca se dispôs a concorrer ao cargo de deputado estadual ou federal, ressaltando que seu objetivo era o de atuar na política focado na resolução das demandas de seu município natal.

Em seu discurso de renúncia, Carlos fez um longo relato de sua atuação legislativa ao longo de 20 anos como vereador. Aproveitou a oportunidade para sair em defesa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Conforme ele, a condenação foi injusta, na medida em que teria decorrido de um processo nascido viciado, e francamente vocacionado a atingir o objetivo em que atingiu.
Carlos Bolsonaro também procurou amenizar a repercussão da mudança de seu domicílio eleitoral, ressaltando que se mudaria para Santa Catarina, mas que levaria o Rio de Janeiro consigo. O vereador não fez alusão a possibilidade de disputar o Senado por seu Estado de origem, ressaltando apenas que estaria impossibilitado de levar um projeto como este adiante, por conta das circunstâncias locais. Neste sentido, deixou subentendido que, mesmo com o senador Flávio Bolsonaro concorrendo à Presidência da República pelo PL fluminense, a vaga de candidato ao Senado pelo partido, no Rio de Janeiro, já estaria comprometida com outra candidatura.
Pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, Carlos já alugou imóvel em São José, na Grande Florianópolis, onde deverá passar a residir a partir do início do ano que vem. Sua candidatura é para lá de indigesta para o PL catarinense, que está na iminência de perder a filiação da deputada federal Carol de Toni, por conta da falta de espaço para que ela concorra ao mesmo cargo pela legenda. Não obstante a isto, Carlos Bolsonaro já disse que sua dobradinha na disputa pelo Senado será com Carol de Toni, o que coloca o governador Jorginho Mello (PL) em uma tremenda sinuca de bico, já que ele pretende destinar a segunda vaga ao Senado em sua majoritária ao senador Esperidião Amin (PP).
Finais
- Federação União Progressista foi oficialmente homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral ontem. Com isto, o União Brasil e o Progressistas passaram a atuar como um só partido pelos próximos quatro anos. Em nível macrorregional, a federação deverá ter dois candidatos a federal e três a estadual no Sul Catarinense ano que vem. Os candidatos a federal serão o atual deputado estadual José Milton Scheffer (PP), e o ex-vereador de Criciúma, Jair Augusto Alexandre (União), que é pastor evangélico. Os candidatos a deputado estadual serão o atual deputado Pepê Colaço (PP), o prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini (PP) e o vereador araranguaense Samuel Nunes, o Samuca (União). A expectativa da federação é eleger dois deputados federais e oito estadual ano que vem. Entre eles, Zé Milton, Pepê Colaço e Evandro Scaini.
- Logo após as eleições do ano passado, o PL de Balneário Gaivota pediu a cassação da vereadora eleita Jussara Mattos (MDB), sob alegação de fraude nas cotas de gênero de seu partido. O PL, que herdaria a cadeira de Jussara, caso ele fosse cassada, reconsiderou o pedido e o retirou processo. Ainda assim, o Ministério Público Eleitoral assumiu o caso e manteve a denúncia, que foi exitosa em primeira instância, da Comarca de Sombrio. Em maio deste ano, a justiça sombriense havia decidido pela cassação de Jussara e dos outros 11 integrantes da chapa proporcional do MDB. A vereadora recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral e permaneceu no cargo até o julgamento em segunda instância, cuja sentença foi proferida ontem. Na sessão plenária do TRE, em Florianópolis, Jussara foi absolvida por unanimidade. A decisão confirmou a validade dos votos da chapa, o que mantém a vereadora no exercício de suas funções. A denúncia contra a chapa do MDB era no mínimo curiosa, já que buscava cassar uma vereadora porque, supostamente, seu partido havia fraudado o preenchimento de cotas de gênero para prejudicar a eleição de mulheres pela legenda. O Ministério Público Eleitoral ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, mas dificilmente a decisão de segunda instância será revertida.









