Por conta da atividade profissional que exerço, tenho acompanhando várias reuniões político-partidárias nas últimas semanas, das mais distintas legendas, em diversos municípios da região. Vejo a militância do PL pedir votos para Jorginho Mello (PL) ao governo. Vejo a grande maioria dos progressistas fazerem o mesmo em relação a Esperidião Amin (PP). Vejo políticos do União Brasil e do PSD pedirem votos para Gean Loureiro (UB), assim como os do PT pedirem votos para Décio Lima (PT), e aí por diante. Única coisa que não vejo é o MDB pedir votos para o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), ressalvadas as exceções. No que diz respeito ao partido, a grande maioria de seus líderes pede votos para Luiz Fernando Vampiro (MDB) e Ada de Luca (MDB) a federal, para Tiago Zilli (MDB) e Volnei Weber (MDB) a estadual, e não raro se ouve também alguém pedindo “uma força” para Carlos Moisés. Mais raros ainda são os que se lembram que Celso Maldaner é o candidato da legenda ao Senado Federal. No que diz respeito a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência da República, parece que ela nem existe.
Nitidamente, o MDB demonstra estar totalmente acomodado em relação às eleições majoritárias. Ainda que as candidaturas de Maldaner e Simone Tebet possam não empolgar, o fato é que, em nível estadual, a única chance que o MDB tem de ressurgir das cinzas é reelegendo Carlos Moisés. De longe, ele é o caminho mais curto para que o partido possa sonhar a voltar em governar o Estado.
Em princípio, o MDB parece bastante convicto que Carlos Moisés chegará ao segundo turno, e, por conta disto, imagina que os esforços devam ser nutridos apenas na segunda etapa da eleição. Vale lembrar que em 2018 se imaginava o mesmo de Mauro Mariani (MDB), que acabou perdendo a vaga no segundo turno para Carlos Moisés. Afora isto, se o partido não estiver mobilizado agora, dificilmente conseguirá estar em apenas duas ou três semanas antes de 30 de Outubro, quanto acontece o segundo turno.
Independentemente disto, convém ressaltar que o MDB deve muito a Carlos Moisés, e, neste sentido, o MDB do Sul do Estado deve mais ainda. A letargia, no entanto, é grande, a ponto de fazer Jeca Tatu parecer funcionário padrão.
Pouco interesse nas eleições chama atenção dos candidatos
Candidatos aos mais diversos cargos, com quem tenho conversado, têm se dito surpresos com o baixo interesse do eleitor comum nas eleições deste ano, clima este bastante diferente do que foi vivenciado no pleito de 2018. Em linhas gerais, a maioria dos candidatos diz que a empolgação com a disputa parece restrita aos cabos eleitorais e a militância dos partidos, que, na verdade, compõe a minoria daqueles que votam e decidem. Dois fatores contribuem muito para esta apatia. Em nível federal, a dualidade entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula da Silva (PT) parece meramente reprise de novela velha. Já em nível estadual, a pluralidade de candidaturas ao governo, sem um favorito, tira o ânimo da torcida, e do contraponto a ela.
Mulheres têm mais tendência a mudar o voto
Para quem está precisando de votos, convêm investir no eleitorado feminino. Pesquisas de intenção de voto dão conta que as mulheres têm mais chances de mudar de opinião, do que os homens, antes de decidir em quem votar. De cada 100 homens que já escolheram seus candidatos, 18 dizem que ainda podem mudar de voto. Este número aumenta para 26, quando quem responde ao questionamento são as mulheres. A notícia é muito boa para quem ainda não se ateve ao público feminino. Propostas voltadas este gênero podem cooptar votos decisivos, diante de um pleito tão disputado como o deste ano em nosso Estado. São quase mil candidatos postulando 61 vagas proporcionais e majoritárias. Um recorde de candidatos.