As disputas municipais protagonizadas pelo PSDB e pelo PT ao logo de mais de duas décadas, a partir de 1992, passarão a sê-lo pelo PT e pelo PL a partir do ano que vem. Como no passado, dois projetos estão em jogo. Um, alicerçado na social democracia e outro no liberalismo econômico. Ou, como se diz no linguajar popular, estarão em campos opostos: de um lado a esquerda e do outro a direita.
A campanha eleitoral de 2024 será decisiva para os desdobramentos de 2026. Quanto mais prefeitos, vices e vereadores o PT e o PL fizerem, maiores serão as chances de um e de outro emplacar na Presidência da República daqui há pouco mais de três anos e meio. Trata-se meramente de matemática. Quem elege deputados estaduais, federais, governadores e senadores, são os prefeitos, vices e vereadores. Por suas vezes, quem carrega candidaturas presidenciais nas costas são deputados, governadores e senadores. Sendo assim, quanto mais prefeitos, vices e vereadores um partido fizer, maiores as chances de eleger um presidente da República, por óbvio, através das alianças conquistadas. É justamente por isto que a eleição do ano que vem é tão importante para o PT e para o PL, siglas que deverão se desdobrar para lançar a maior quantidade possível de candidaturas Brasil afora. Quanto mais candidatos, mais eleitos. Quanto mais eleitos, mais suporte para 2026.
Em nossa região, PT e PL já começaram a se mexer e as duas legendas deverão disputar em pé de igualdade com partidos como o MDB, Progressistas, PSDB e PSD as prefeituras e as Câmaras de Vereadores aqui do Extremo Sul. De fato, se o objetivo do PT é permanecer no comando da Presidência da República, e se o objetivo do PL e levar o ex-presidente Jair Bolsonaro de volta do comando do Palácio do Planalto, o caminho não pode ser outro. Sem torcida, time nenhum se mantém vivo por dois anos.
Fecam elege nova Mesa Diretora
Fecam, que é a Federação Catarinense dos Municípios, elegeu ontem sua nova Mesa Diretora. A prefeita de Vargem, que fica no Meio Oeste do Estado, próximo a Campos Novos, Milena Andersen Lopes (PL), foi eleita presidente, com 96 votos, derrotando o prefeito de Penha, município da região de Itajaí, Aquiles da Costa, que fez 69 votos. Houve ainda um voto em branco. Última vez que uma mulher comandou a Fecam foi em 2017, através de Adeliana Dal Pont (PSD), então prefeita de São José, mas que nasceu em Timbé do Sul. Outro prefeito de nossa região que também presidiu a entidade foi Manoel Mota (MDB), enquanto chefe do executivo de Araranguá, na década de 1980.
Progressistas e União Brasil podem formar federação
Corre cada vez mais a boca graúda especulações dando conta da formação de uma federação partidária entre Progressistas e União Brasil para o pleito do ano que vem. Não se trata da fusão entre os dois partidos, o que também já foi especulado. Na federação, os partidos mantêm suas autonomias, mas têm a obrigação de tomar decisões em conjunto, mantendo-se unidos pelos quatro anos seguintes. Neste sentido, a federação contemplaria tanto a eleição de 2024 quanto a de 2026. Em nível estadual e regional, o União Brasil está muito mais próximo do PSD do que do Progressista. Já o Progressistas está muito mais próximo do PL e de outros partidos de direita, do que do União. Mas, como diz o senador Esperidião Amin (PP), “não custa experimentar”.