Salvo alguma ação em contrário, os prefeitos que ajudaram o governador Jorginho Mello (PL), já no primeiro turno da eleição estadual do ano passado, deverão ser os mais prejudicados na distribuição de recursos estaduais, ao menos no primeiro ano desta gestão. Na semana passada, o Governo do Estado publicou decreto normatizando o modus operandi dos convênios firmados pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) com as prefeituras municipais. Na prática, o decreto cria compromissos do governo estadual para com as prefeituras, na medida em que estabelece regras para que os convênios firmados por Carlos Moisés sejam finalizados. Sendo assim, mais cedo ou mais tarde, os recursos prometidos pelo ex-governador cairão nas contas das prefeituras que firmaram convênios.
Neste contexto, é válido lembrar que a maioria das prefeituras que firmaram convênios com Carlos Moisés, e especialmente aquelas que conquistaram convênios com valores mais expressivos, são justamente as que os prefeitos estavam mais próximos do ex-governador. E se estavam mais próximos do ex-governador, que foi candidato à reeleição, é porque estavam mais longe de Jorginho Mello, que agora liberará recursos para estes.
Não à toa os prefeitos que estiveram com Jorginho desde o primeiro turno estão irritados. É que a grande maioria deles sequer têm convênios a receber do Governo do Estado, e os que têm receberam apenas as sobras da ex-gestão. Maior prova disto está em nossa região, que teve apenas a prefeita de Sombrio, Gislaine Cunha (MDB) e o prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), entre os apoiadores de primeira instância de Jorginho Mello. Coincidência ou não, o fato é que Sombrio e Meleiro foram os municípios que menos receberam benesses do governo de Carlos Moisés. Agora, no governo de Jorginho, todos os demais municípios receberão recursos oriundos dos convênios firmados, com Sombrio e Meleiro figurando entre os patinhos feios da história, justamente porque não tem quase nada a receber.
A tropa de choque de Jorginho Mello promete reverter a situação num segundo momento, mas vale lembrar que esta ação não pode demorar muito, afinal de contas, ano que vem já teremos eleição municipal novamente. Se os recursos demorarem, o proveito político será zero.
Finais
Conscientização, botão de pânico ligado a Polícia Militar, sala de refúgio, e outra dezena de sugestões foram dadas no dia de ontem como forma de se evitar tragédias como a que aconteceu em Blumenau, e que já havia acontecido no município de Saudade. A grande verdade é que episódios como estes só serão evitados com muros mais altos e fortificados, aliados a seguranças armados nos educandários, tanto nas recepções quanto nos pátios. É um custo que a sociedade terá que pagar para tentar ter paz diante de um mundo cada vez mais insano, onde o mal insiste em sobrepor o bem. Os tempos da inocência acabaram. Ou encaramos a realidade, ou viveremos chorando nossas vítimas.
Pesquisa divulgada ontem pelo Data Folha indica que 30% dos brasileiros se dizem petistas, e 22% bolsonaristas. Em dezembro, um levantamento análogo deu conta que 32% se diziam petistas e outros 25% bolsonaristas. A maioria dos que se dizem petistas estão radicados no Nordeste do país, e a maioria dos bolsonaristas estão no Sul e no Centro Oeste, refletindo, de certo modo, aquilo que já foi observado no pleito presidencial do ano passado. Basicamente, o que se observa, passados seis meses da eleição do ano passado, é que o Brasil continua dividido politicamente, com o presidente Lula da Silva (PT) não conseguindo avançar sobre os votos do ex-presidente Jair Bolsonaro, e vice-versa.