Partido Liberal tem pisado em ovos quando o assunto são novas filiações de prefeitos na legenda. O motivo é óbvio: o governador Jorginho Mello (PL) não quer criar indisposição com deputados na Assembleia Legislativa, afinal de contas, cada prefeito que entra no PL é um prefeito que deixa uma legenda da base política de algum parlamentar.
Não obstante a isto, em nossa região são cada vez maiores as especulações dando conta que o PL estaria em negociação com os prefeitos do PSDB. Neste sentido, os nomes a serem ressaltados são o do prefeito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos, e de Santa Rosa do Sul, Almides da Rosa. A coordenação regional do PL tangencia para falar do assunto, e os prefeitos não dizem nem que sim, nem que não, partindo do pressuposto de que “tudo depende do que o município ganharia com isto”.
O PSDB é o partido mais suscetível as investidas do PL por razões bem pragmáticas. A legenda não possui deputado estadual no Sul do Estado e a deputada federal Geovânia de Sá, que é filiada a sigla, só está na Câmara dos Deputados porque o governador Jorginho Mello convidou a deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania) para ser Secretária de Estado da Saúde. Sem representatividade autoral, os tucanos não têm muito o que cobrar do governador aqui no Extremo Sul catarinense.
É claro que Kekinha e Almides não migrarão para o PL, se for o caso, meramente para criar fato novo na política. Os municípios que ambos administram possuem milhões de reais em recursos contingenciados pela atual gestão estadual, oriundos de compromissos do ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep). A liberação destes recursos é o mínimo que a gestão de Jorginho Mello poderia fazer para cativar os dois chefes de executivo, de modo a tê-los no ninho do Partido Liberal.
Jorginho sabe que este é o caminho natural da política. Não há como cooptar prefeitos em meio de mandato apenas com afagos. Por suas vezes, os prefeitos também sabem que quanto mais próximos do governador, mais recursos para os municípios, e no caso de Kekinha e Almides, maiores as chances de reeleição ano que vem.
Finais
Ex-prefeito de Passo de Torres, Jonas Souza, que administrou o município entre 2017 e 2020, foi escolhido como novo coordenador regional do MDB. Jonas é assessor do deputado estadual Tiago Zilli (MDB), e um dos nomes cotados de seu partido para disputar novamente o executivo de seu município, a exemplo dos vereadores Renan Baltazar e Emerson Cardoso, o Fom. A escolha de Jonas para a coordenação regional do MDB é excelente para o deputado Tiago Zilli, que, por extensão, passará a estar mais próximo de toda a base do partido na região. A nova coordenação terá papel fundamental nas articulações que visam o pleito municipal do ano que vem, ocasião em que o MDB terá quase 200 candidatos disputando vagas legislativas e executivas nos 15 municípios aqui do Extremo Sul Catarinense.
Transcorridos 15 anos dos fatos, ex-prefeito de Passo de Torres, Newton Bittencourt da Silva, o Alemão (MDB), foi condenado por improbidade administrativa, em um processo que lhe custou o afastamento da prefeitura, pelo Tribunal Regional Eleitoral, em 2009. A acusação contra Alemão dava conta que no ano anterior, durante sua campanha pela reeleição, ele teria dado aterro a dois eleitores, em troca de votos. Com a condenação por parte do judiciário, o ex-prefeito perdeu seus direitos políticos por oito anos, e também terá que ressarcir os cofres públicos pelo prejuízo causado, além de estar proibido de contratar com o poder público e/ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de oito anos também. Os dois eleitores que receberam o aterro também sofreram condenações, dentre as quais a perda dos direitos políticos por quatro anos.