Atualmente, pelo menos 45 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de deficiência, número que representa cerca de 25% da população, segundo dados do IBGE. Para essas pessoas, além das barreiras físicas, há o desafio de enfrentar preconceitos e estigmas reforçados, muitas vezes, pelo uso inadequado de palavras.
No contexto de uma sociedade inclusiva, é importante evitar termos que reduzem a identidade das pessoas à condição de deficiência. O termo recomendado é “pessoa com deficiência”, pois enfatiza a pessoa em primeiro lugar, sem rotular suas capacidades ou necessidades. Esse entendimento surge a partir de uma visão que vê a deficiência como uma interação entre limitações físicas, sensoriais ou intelectuais e barreiras externas – sejam estas arquitetônicas, comunicacionais ou de atitude.
Por exemplo, o termo “portador de deficiência” foi amplamente utilizado no passado, mas caiu em desuso por não refletir uma abordagem inclusiva. A sigla PcD, que significa “pessoa com deficiência”, tornou-se mais aceita e é usada de forma invariável (ex.: “a PcD”, “as PcD”).
Recomendações de Termos Adequados
Para ajudar a garantir que o respeito esteja presente na linguagem cotidiana, seguem algumas orientações sobre quais termos devem ser preferidos e quais devem ser evitados:
Confira algumas dicas sobre os termos que devem ser utilizados:
Use | Não Use |
Pessoa com Deficiência | Inválido, excepcional, doente, portador, especial, defeituoso, condenado |
Pessoa com Síndrome de Down | Mongolóide, mongol |
Criança com deficiência intelectual, criança com deficiência mental | Criança Excepcional |
Pessoa sem deficiência | Pessoa normal |
Pessoa com deficiência visual ou cega | Ceguinha(o) |
Pessoa com Deficiência Intelectual | Retardado mental, portador de retardamento mental, deficiente mental |
Necessidades específicas | Necessidades especiais |
Usuário de cadeira de rodas | Cadeirante |
Deficiente auditivo ou surdo | Surdo-mudo |
Essas orientações visam eliminar termos que trazem associações estigmatizantes e reforçam o respeito à identidade e à dignidade das pessoas com deficiência. Escolher as palavras certas é uma forma simples, mas poderosa, de contribuir para uma sociedade mais acolhedora e inclusiva para todos.