A terceira gestão do presidente Lula da Silva (PT) à frente da Presidência da República nem de longe lembra os seus dois primeiros governos, entre 2003 e 2010, e está conseguindo perder, também, para a primeira gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014. É óbvio que os três primeiros governos do PT no comando do país foram extremamente beneficiados por fatores ligados a economia mundial, que naquele período estava ávida por consumir commodities do Brasil, principalmente aquelas ligadas aos minérios e a alimentação, molas propulsoras dos países emergentes.
Sim, havia muito dinheiro, e hoje ele não existe mais. Todavia, não obstante a isto, Lula e o PT eram muito mais criativos do que estão sendo agora. Um claro exemplo da situação deste momento, no Governo Federal, é a total falta de iniciativa para se criar um programa voltado às pequenas e médias prefeituras do país, que as ajude a sanar problemas primários, como a compra de uma patrola, de um caminhão basculante, ou algo que o valha. Tratar-se-ia de um projeto extremamente básico, que poderia até mesmo ser viabilizado através de uma linha de crédito, com pagamento a longo prazo e juros subsidiados, o que não estrangularia o caixa das prefeituras. No entanto, nem isto está sendo feito.
Aqui no Extremo Sul Catarinense, por exemplo, a única obra que vem sendo tocada pelo Governo Federal é a pavimentação da Serra da Rocinha, em Timbé do Sul. Quando Lula assumiu, em janeiro de 2023, faltava um quilômetro para que a pavimentação da Rocinha fosse concluída. Hoje, este mesmo quilômetro permanece lá, para ser finalizado. Em que pese a necessidade de obras artesanais e contenção de encostas neste trecho, o fato é que a rodovia não anda. E esta, infelizmente, é a cara do atual governo Lula, não só aqui, mas em todo o país.
Para piorar, o presidente tenta tirar da cartola soluções milagrosas para solucionar problemas da nação, como foi a sugestão para que as donas de casa não comprassem pó de café, ou mais recentemente a idealização de um projeto através do qual a Petrobrás venderia combustível diretamente ao consumidor, o que, segundo ele, faria os preços caírem 50%. Ora, a maneira mais fácil para reduzir os preços de qualquer produto é através da isenção tributária. Neste sentido, basta que o próprio Governo Federal retire seus impostos de toda a cadeia produtiva dos combustíveis que, automaticamente, o preço na bomba cairá substancialmente.
O fato é que o que estamos vendo é um governo sem dinheiro, sem horizonte, de fala fácil, e, o que é o pior de tudo, sem vontade de inovar.
Finais
- Com a entrada de vez do MDB no governo de Jorginho Mello (PL), fica mais do que claro o partido irá apresentar um nome para concorrer como candidato a vice do governador em seu projeto de reeleição, ano que vem, ainda que não tenha admitido isto até o momento. O rosário de nomes para esta provável dobradinha não é pequeno, mas, dentre eles, sem dúvidas, se ressaltam os do deputado estadual Antídio Lunelli e do deputado federal Carlos Chiodini, que também é o presidente estadual do MDB e futuro Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, anunciado ontem pelo próprio Jorginho. Esta situação, todavia, enseja um dilema e tanto. É que Antídio e Chiodini são amigos pessoais de longa data, com estreitas relações familiares e empresariais. Na eleição de 2022, por exemplo, os dois fizeram dobradinha para estadual e federal no Norte do Estado. Para variar, o MDB nem começou a discutir as futuras eleições ainda e já está com uma bomba no colo para desarmar.
- E no embalo do anúncio de Carlos Chiodini para a Secretaria da Agricultura e Pecuária, Jorginho Mello também confirmou a manutenção do deputado estadual Jerry Comper (MDB) na Secretaria da Infraestrutura, a nomeação do deputado estadual Emerson Stein (MDB) para a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde, e a entrega do comando da Fesporte para o deputado estadual Fernando Krelling (MDB), que indicará o futuro presidente da pasta. Está mais do que claro que o MDB está com fardamento completo no time de Jorginho. A boa notícia para o Sul do Estado é que com a nomeação de Carlos Chiodini para a Secretaria da Agricultura, quem assume em seu lugar na Câmara Federal é o ex-deputado estadual e ex-Secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, filiado ao MDB de Criciúma. Com Vampiro em Brasília, o Sul catarinense passará a contar com cinco deputados federais. Os outros quatro são Daniel Freitas, Ricardo Guidi e Júlia Zanatta, do PL e Geovânia de Sá, do PSDB.