O gerúndio é uma forma verbal legítima da língua portuguesa. Termina em “-ndo” e indica uma ação contínua ou simultânea, como em “estou estudando” ou “eles estavam correndo”. Usado corretamente, ajuda a expressar ações em progresso de forma precisa.
O problema surge quando o gerúndio é empregado de maneira exagerada e desnecessária. Esse uso inadequado ficou conhecido como “gerundismo”, um vício de linguagem que compromete a clareza e a objetividade da comunicação. Expressões como “vou estar enviando” ou “vamos estar verificando” tornaram-se comuns em setores como o telemarketing e acabaram por gerar resistência do público.
Linguistas apontam que essas construções, além de artificiais, podem transmitir uma sensação de enrolação, dando a impressão de que a ação nunca será realmente concluída. Em vez de “vou estar resolvendo”, por exemplo, basta dizer “vou resolver” – uma forma mais direta e eficiente.
O gerundismo não deve ser confundido com o uso legítimo do gerúndio. A diferença está no exagero e na construção desnecessária. Em um momento em que a agilidade da comunicação é valorizada, evitar o gerundismo torna o discurso mais claro e assertivo.
A boa comunicação depende de escolhas linguísticas conscientes. Evitar o gerundismo não significa abandonar o gerúndio, mas sim usá-lo com equilíbrio e propósito.