A perda de controle da direção por parte do motorista foi o fator determinante para o acidente envolvendo um caminhão-tanque carregado com álcool etílico, que explodiu e causou um incêndio de grandes proporções na BR-101, no trecho do Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A conclusão consta no laudo pericial da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O caso aconteceu no dia 6 de abril, por volta das 13h47min, e deixou sete pessoas feridas. O fogo atingiu 25 veículos, segundo os registros oficiais.
De acordo com a perícia, o condutor perdeu a dirigibilidade do veículo logo após passar por um redutor de velocidade. Como o cronotacógrafo — equipamento que registra a velocidade e outras informações — foi destruído no incêndio, a PRF utilizou imagens de câmeras de videomonitoramento, que mostraram que o caminhão trafegava a 57 km/h. O limite máximo permitido no local é de 60 km/h.
— A perda de controle indica que, em algum momento, o condutor não conseguiu manter a dirigibilidade do veículo. Isso pode ter vários motivos: defeito na via, falha mecânica ou mesmo alguma imprudência — explicou Carlos Possamai, perito de trânsito da PRF em Santa Catarina.
Outro ponto destacado no laudo é que o motorista transportava uma passageira que não era auxiliar, o que está em desacordo com a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que regula o transporte rodoviário de produtos perigosos. O caminhão transportava álcool etílico, substância considerada perigosa e de alta inflamabilidade.
Após o acidente, os dois ocupantes do caminhão foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, em Palhoça. Posteriormente, foram transferidos para o Hospital Regional de São José. O motorista realizou o teste do bafômetro, com resultado negativo para ingestão de álcool.
A PRF informou ainda que novos estudos estão em andamento para analisar as condições da rodovia e a estrutura do caminhão envolvido no acidente. A previsão é de que o próximo laudo seja concluído em até dois meses.