A Força Tática da Brigada Militar prendeu, no final da manhã desta terça-feira (27), o principal suspeito do latrocínio que vitimou Murilo Barreto, de 38 anos, instrutor do Centro de Formação de Condutores (CFC) em Torres. A prisão ocorreu poucas horas após o crime, graças ao trabalho conjunto entre a Brigada Militar, a Polícia Civil e a colaboração de moradores da cidade.
O suspeito, um homem em situação de rua, afirmou estar há algum tempo em Torres, mas não soube informar por quanto. Durante a identificação, foi constatado que ele é foragido da Justiça e possui mandado de prisão em aberto para cumprimento de pena de 17 anos. O homem tem passagens anteriores por tráfico de drogas, posse de entorpecentes, lesão corporal, receptação e furto.
Ele foi localizado no perímetro urbano de Torres, em uma área conhecida por abrigar pessoas em vulnerabilidade social. A prisão foi baseada em imagens de câmeras de monitoramento e informações repassadas por populares. O suspeito foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil, onde presta depoimento e será encaminhado ao sistema prisional, aguardando o andamento do processo judicial.
O crime ocorreu por volta das 6h da manhã, quando Murilo seguia a pé para o trabalho. Ele foi abordado por um homem em bicicleta na Avenida José Bonifácio, esquina com a Rua Augusto Krás Borges, próxima ao centro. Conforme a Brigada Militar, o suspeito anunciou o assalto e desferiu diversos golpes de faca na vítima, que teria tentado reagir. Mesmo ferido, Murilo conseguiu caminhar por cerca de uma quadra até a Rua Balbino de Freitas, onde caiu. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ele já estava sem vida quando os socorristas chegaram.
A área foi isolada para o trabalho dos peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP). A Polícia Civil iniciou as investigações e segue analisando imagens de câmeras próximas para reconstruir o trajeto do autor e reunir elementos para o inquérito.
A delegada Juliana Lopes confirmou que o autor roubou o telefone celular da vítima, configurando latrocínio, um dos crimes mais graves do Código Penal. “A linha de investigação é clara. Trata-se de roubo seguido de morte, e a resposta rápida à prisão é resultado da mobilização eficaz das forças de segurança e da comunidade”, afirmou.
Além do depoimento do suspeito, a Polícia Civil colhe relatos de testemunhas e cruza dados com outras ocorrências para verificar possível envolvimento do indivíduo em crimes semelhantes na região.
A morte de Murilo gerou comoção entre moradores, colegas e alunos do CFC, onde ele atuava. Conhecido como pessoa tranquila, prestativa e dedicada, Murilo era muito querido na cidade. A direção do Centro suspendeu as atividades nesta terça-feira em sinal de luto e divulgou nota oficial lamentando a tragédia. Nas redes sociais, amigos e familiares prestaram homenagens e manifestaram indignação diante da violência.
A presença crescente de pessoas em situação de rua no centro de Torres tem gerado tensão entre moradores e comerciantes, que cobram ações efetivas de segurança e assistência social. Enquanto muitos associam o aumento da criminalidade a esse grupo, especialistas ressaltam a importância de políticas públicas que atendam essas pessoas com dignidade, evitando estigmatizações. Autoridades destacam ainda a necessidade de equilibrar o direito à livre circulação dessas pessoas com a segurança da população, recomendando que situações de risco sejam imediatamente comunicadas às forças de segurança para providências cabíveis.
Informações Rádio Maristela