Enquanto em diversos países o Dia dos Namorados — conhecido como Valentine’s Day — é celebrado em 14 de fevereiro, no Brasil a data ganhou espaço em 12 de junho. Mas por que essa diferença no calendário?
A resposta envolve uma combinação curiosa entre religiosidade popular e interesse comercial. A escolha do 12 de junho foi pensada estrategicamente em 1949 por João Doria, publicitário contratado pela loja Exposição Clipper, em São Paulo. O objetivo era simples: impulsionar as vendas no mês de junho, tradicionalmente fraco para o comércio.
A campanha lançada na época trazia o slogan: “Não é só com beijos que se prova o amor!” A ideia deu tão certo que, no ano seguinte, outras lojas aderiram, e a data passou a ganhar força no calendário nacional.
Outro fator que colaborou para o sucesso foi a proximidade com o Dia de Santo Antônio, celebrado em 13 de junho. Conhecido como o “santo casamenteiro”, Santo Antônio é amplamente venerado no Brasil por sua fama de interceder por casamentos e unir casais. Assim, o Dia dos Namorados passou a carregar também um forte simbolismo religioso, o que contribuiu para sua aceitação cultural.
Já em países como Estados Unidos, Canadá, França e Inglaterra, a comemoração ocorre em fevereiro como uma homenagem a São Valentim, um sacerdote que, segundo a tradição, desafiou ordens imperiais e celebrava casamentos escondidos. Por isso, foi considerado o mártir dos apaixonados.
No Brasil, a motivação foi mais prática. A data foi adaptada para um período sem grandes comemorações e ganhou força nas vitrines, nas floriculturas, nos restaurantes e nos corações apaixonados.
Hoje, o Dia dos Namorados é uma das datas mais importantes para o varejo nacional, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. Além de presentes e jantares românticos, muitos casais aproveitam para reforçar os laços afetivos com gestos simples, declarações e momentos juntos.
Afinal, mesmo que a origem seja comercial, celebrar o amor é sempre uma boa ideia.