O clima dentro do PSD esquentou bastante nos últimos dias, por conta de uma articulação desencadeada dentro do partido, pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), objetivando levar a legenda para a base de apoio do projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL). Este objetivo contemplaria a participação do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD), como candidato a vice-governador de Jorginho, o que, obviamente, desmontaria completamente o projeto que vem sendo construído pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD.
Topázio Neto, que vinha tratando deste assunto nas entrelinhas, passou a falar abertamente sobre esta possibilidade, ressaltando que João Rodrigues poderia ser o nome do PSD para disputar a governadoria catarinense em 2030, com o apoio do próprio PL de Jorginho Mello.
A narrativa do prefeito de Florianópolis chega a ser simplória. Ele almeja ter Jorginho Mello disputando a reeleição, com Júlio Garcia como seu candidato a vice, e com o governador, em sendo reeleito, renunciando ao seu mandato em março de 2030 para disputar o Senado Federal. Por conseguinte, Júlio assumiria o governo e apoiaria João Rodrigues como candidato ao governo. De acordo com Topázio, o PSD não conseguiu reunir os predicados fundamentais para disputar com chances de vitória o Governo do Estado ano que vem. Ele ressalta que Jorginho já está acertado com o Republicanos, com o MDB, com o Podemos e com a federação União Progressista, o que deixa o PSD sem opções de uma aliança robusta para 2026.
Está bastante claro que Topázio Neto não está fazendo contas neste momento, e, em função disto, não está levando em consideração as pretensões especialmente do próprio PL, e ainda do MDB e do Progressistas, que querem espaço na majoritária a qualquer custo. Com o PL ocupando a vaga de candidato ao governo, e, pelo menos uma ao Senado Federal, sobrariam apenas outras duas outras vagas para três interessados. Se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insistir em lançar seu filho, Carlos Bolsonaro (PL), como candidato ao Senado por Santa Catarina, aí mesmo é que a confusão estaria armada, pois sobraria para todos os possíveis aliados de Jorginho apenas a vaga de vice.
A situação, no entanto, não deixa de ser constrangedora para João Rodrigues, afinal de contas ele está vendo seu projeto eleitoral ser bombardeado dentro de seu próprio partido.
Se esta articulação de Topázio Neto de fato tiver ressonância dentro do grupo político de Jorginho Mello, quem precisará acender o sinal de alerta é o MDB. Isto porque, caso Julio Garcia de fato venha a ser vice de Jorginho, fatalmente o governador trabalharia para que Esperidião Amin (PP) concorresse ao Senado por sua aliança, ao lado de Carol de Toni (PL), selando sua majoritária. Nesta configuração, para o MDB só restaria o caminho da oposição.
Finais
O PL de Sombrio filiou o ex-vereador Vilmar Daminelli, que integrava os quadros do Progressistas. A filiação foi bastante comemorada pela cúpula do partido, já que Vilmar deixa a base do principal partido de oposição no município para se integrar a uma das legendas de sustentação da prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB). O PL sombriense está fortemente focado em fortalecer sua base partidária, para chegar na eleição municipal de 2028 com reais chances de disputar o comando da Prefeitura Municipal. Em princípio, o MDB, principal aliado dos liberais em nível local, não pretende abrir mão de indicar mais uma vez o candidato a prefeito da aliança, salvo se o PL demonstrar que tem cacife para bancar uma candidatura autoral ao executivo. É justamente este trabalho de fortalecimento que os liberais estão promovendo desde agora, de modo a chegar no próximo pleito municipal com robustez eleitoral.
O PSB e o Cidadania oficializaram a criação de uma federação entre as duas legendas, para disputar às eleições de 2026. O Cidadania ainda integra uma federação com o PSDB, que se manterá em vigor até maio do ano que vem, por questões legais. De acordo com o Coordenador Regional do PSB, o ex-vereador sombriense Celso Rogério de Souza, os dois partidos passarão a se reunir em conjunto para discutir as tratativas na próxima eleição estadual. Celso também foi indicado para colaborar na coordenação regional o Cidadania, que se encontra bastante desestruturado aqui no Extremo Sul Catarinense. No Sul do Estado, o principal nome dos dois partidos é Fábio Brezola, de Criciúma, que disputou a Assembleia Legislativa na última eleição estadual. Em princípio, ele deverá ser novamente o nome do PSB para uma disputa legislativa, ainda a ser definida em qual instância se dará.