Senadora Ivete Appel da Silveira (MDB), viúva do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB), passou a ser cogitada para compor novamente uma chapa majoritária com Jorginho Mello (PL). Em 2018, ela concorreu como primeira suplente do atual governador a uma vaga no Senado Federal, com a dupla, e também o segundo suplente Beto Martins, assegurando uma cadeira na Câmara Alta naquele pleito. Com a eleição de Jorginho Mello para o Governo do Estado em 2022, Ivete Silveira assumiu sua vaga no Senado e, em princípio, cumprirá mandato até 1 de fevereiro de 2027.
Os deuses da política, no entanto, poderão tentar conferir um novo mandato a ex-primeira dama do Estado, através de uma nova dobradinha com Jorginho Mello, desta vez para a governadoria catarinense. Ivete vem sendo sondada para concorrer como candidata a vice de Jorginho no ano que vem, o que, fatalmente, amarraria a grande maioria do MDB ao projeto de reeleição do governador.
O fato é que a senadora Ivete da Silveira é uma das raras reservas morais do MDB catarinense e, por conta disto, nome consensual da legenda. Muito mais que esposa do ex-governador Luiz Henrique, ela foi sua parceira de jornada política por quase 50 anos, enfrentando ao seu lado duras batalhas, tanto em nível estadual quanto federal, afinal de contas Luiz Henrique fez parte do pelotão de frente que ajudou a promover a transição democrática no Brasil na década de 1980, ao lado de figuras como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.
Muito por conta disto, a chamada esquerda do partido, representada por lideranças como os ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Moreira, acabariam ficando sem discurso, em suas tentativas vindouras de obstruir uma aliança do MDB com o PL de Jorginho Mello. Por conta do peso histórico de Ivete, a direita do MDB também ficaria neutralizada em um cenário como este.
Resolvido o problema com o MDB, caberia ao governador equacionar a questão que envolve as duas vagas do PL ao Senado Federal. De antemão, parece mais do que óbvio que uma destas vagas será endereçada ao senador Esperidião Amin (PP), para que ele promova seu projeto de reeleição. Observe que não se trata meramente de oferecer um espaço a Amin, mas sim o de trazer para junto de Jorginho Mello a federação União Progressista, que conta com seis deputados estaduais, um deputado federal, um senador, e mais um estadual prestes a entrar no grupo. Trata-se de um grupo que controla no mínimo 10% dos votos do eleitorado catarinense.
Finais
A grande verdade é que Jorginho só precisa definir, de fato, se a outra vaga de candidatura ao Senado por sua aliança será ocupada pela deputada federal Carol de Toni, ou pelo senador carioca Carlos Bolsonaro, ambos filiados ao PL. Tudo tem caminhado a passos largos para que a vaga seja destinada ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Todavia, Carlos foi indiciado pela Polícia Federal pelo suposto envolvimento em um esquema de monitoramento de lideranças nacionais, apelidado de “Abin paralela”, pois teria utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência para tais ações. Através deste esquema, o vereador teria monitorado dezenas de pessoas durante o mandato de seu pai na Presidência da República, a maioria delas opositoras a gestão federal. O Supremo Tribunal Federal deverá julgar este processo e, por conta disto, o futuro de Carlos Bolsonaro é para lá de incerto.
O deputado estadual José Milton Scheffer (PP) voltou a cobrar celeridade na pavimentação da SC-108, no trecho que liga Jacinto Machado a Praia Grande, aqui em nossa região. No início da semana o parlamentar protocolou um pedido de informação à Secretaria de Infraestrutura do Estado, solicitando esclarecimentos quanto a aplicação dos quase R$ 70 milhões que estão sendo destinados à obra. De acordo com o deputado, a empresa que vem tocando a obra está trabalhando com apenas 10% de sua capacidade, o que fatalmente irá comprometer o cronograma de execução da pavimentação da rodovia. O deputado já colocou o governador Jorginho Mello a par do que vem acontecendo e solicitou sua intervenção direta para que o ritmo dos trabalhos volte a normalidade, o que asseguraria a conclusão da pavimentação até o final do ano que vem.