Quando criança, a gente aprende a acreditar em bicho-papão, em Papai Noel, em coelhinho da Páscoa, em lobisomem e em outros personagens do nosso folclore. Tem gente que acredita na sorte ou em coincidências. Eu mesma já acreditei em tudo isso. E você, acredita em quê?
Acreditar, segundo o dicionário da língua portuguesa, é “ter como verdadeiro, crer, dar crédito a, confiar em” — ou seja, acreditar é crer na veracidade de algo ou alguém.
Acreditar no amanhã ou no futuro. Acreditar em Deus ou em qualquer outra crença. Acreditar em pessoas ou em previsões do tempo. Acreditar em políticos ou em histórias contadas por aí.
Eu creio que você me entende e acredita no que eu escrevo. Então, você confia em mim e dá credibilidade às minhas palavras. Por outro lado, eu escrevo para você aquilo em que acredito, com base em muitos estudos e buscas para me certificar da credibilidade do assunto.
Assim, muitas pessoas vivem acreditando no que um dia lhes foi dito por alguém da família, por professores, por mestres, líderes ou mesmo por um amigo. Mas existem os que confiam em suposições e percepções, como já falei anteriormente, criando então uma ideia falsa — e passam a acreditar nela.
Eu passei anos da minha vida acreditando ter nascido por descuido, por ser o bebê de número 14 entre os filhos. Imaginava — e acreditava — que isso era verdade. Nunca perguntei aos meus pais, irmãos ou qualquer outro membro da família se me aguardavam com expectativa durante a gestação da minha mãe ou se eu tinha sido apenas mais um fardo para uma família já enorme.
Foi na minha primeira volta ao Brasil, em 2013, depois de estar fora por 11 anos, que uma prima me contou carinhosamente como foi o dia em que foram me visitar pela primeira vez, logo após o meu nascimento.
Minha história mudou naquele dia. Levei 42 anos para descobrir que eu não era um fardo, mas um tipo de milagre, porque minha mãe não acreditava que eu pudesse nascer — devido à sua saúde e à sua idade.
É muito comum encontrar pessoas que pensam assim. Outras guardam um diagnóstico de criança ou apenas algo dito por um dos pais ou por um professor.
“Eu tenho dislexia!”, disse uma das minhas funcionárias no BK quando a contratei para a minha equipe. “Posso levar algum tempo extra, mas aprendo a trabalhar no caixa.”
Amo pessoas honestas, mas elas não têm noção de como isso às vezes pode lhes fechar portas tão facilmente. Sílvia poderia ter omitido esse fato, mas preferiu que eu soubesse de um dos fatores que talvez viesse a ser um obstáculo durante o seu treinamento.
Meses mais tarde, ela demonstrou eficiência e engajamento, tornando-se o que chamo de minha “High Performance Team Member” (membro da equipe de alta performance). Jamais esqueci o que ela me disse na entrevista e sempre busquei observar e entender o seu caso.
Por diversas vezes, tanto eu quanto minha assistente sênior nos aproximamos de Sílvia, oferecendo-lhe a oportunidade de assumir a gerência, devido à sua capacidade. Mas ela sempre recusava a oferta. Sabe por quê? Porque ela acreditava que não era capaz.
Quantas pessoas pensam assim? Acreditam que são limitadas e que não conseguiriam abraçar uma oportunidade maior. “Você nunca sabe do que é capaz até que seja obrigado a tentar.” Já falei disso antes e repito: somos o que acreditamos ser!
Deixe-me lhe contar outra história. Estava fazendo as unhas um dia, na casa de uma amiga brasileira aqui nos EUA, e tocamos no assunto de comidas e guloseimas. Então, ela me disse que não sabia cozinhar bem. Ou melhor: “Não sou uma boa cozinheira!”, disse-me com toda a convicção de quem sabe o que está a dizer.
“Quem lhe disse isso?”, questionei.
“Meu pai.”
“Quando?”, insisti.
“Quando eu tinha 11 anos.”
“Espera aí”, disse-lhe, assustada com sua resposta, “você está com 38 anos de idade e já não vê seu pai há 20 anos… como sabe que não cozinha bem?”
Eliane sacudiu os ombros, sem nada a acrescentar.
Insisti: “O que dizem o seu marido e a sua filha hoje?”
Ela sorriu abertamente: “Ah, eles amam a minha comida!”
A história de Eliane não é diferente da história de Sílvia. Um dia, ainda meninas, acreditaram no que lhes foi dito. Hoje, mulheres, cresceram com essa falsa crença de que ainda são assim.
Essa falsa crença pode nos privar de uma vida feliz e bem-sucedida. Acreditar no nosso potencial pode nos levar mais longe e nos direcionar a caminhos melhores. Tudo depende da nossa mentalidade.
Escolha a mentalidade de crescimento. Tente mais uma vez! Acredite em si mesmo! Você poderá se surpreender com os resultados. Acredite!

Blanch Van Gogh (vocalista) em outras entrevistas, cita que a música, interpretada como romântica pela maioria dos fãs, na verdade é uma música para Deus. Composição própria de Blanch, a inspiração veio num momento muito difícil de sua vida.