O governador de São Paulo, João Doria, venceu neste sábado (27) as prévias do PSDB para escolher quem representará o partido nas eleições presidenciais de 2022. Ele obteve 53,99% dos votos e superou o governador Eduardo Leite (44,66%), do Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (1,36%).
A candidatura só será oficializada com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo prazo se encerra em agosto do próximo ano. No discurso da vitória, Doria evitou comentar a possibilidade de abrir mão da disputa para compor uma chapa com outro candidato da chamada “terceira via”.
O tucano afirmou que pretende “conversar com todos” os outros postulantes de direita e centro-direita, citando a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (União Brasil, fusão do DEM e PSL) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
Depois do anúncio do resultado, Doria atacou rivais, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), prováveis adversários na eleição presidencial do ano que vem. O governador paulista também falou em vencer “a corrupção e a incompetência”.
“Os governos Lula e Dilma representaram a captura do estado pelo maior esquema de corrupção do qual se tem notícia no país, a moralidade convertida em roubalheira. Fazer políticas públicas para os mais pobres não dá direito, a quem quer que seja, de roubar o dinheiro público. Os fins não justificam os meios”, declarou.
Segundo Doria, Bolsonaro “vendeu um sonho e entregou um pesadelo”: “Nosso fraterno Brasil se transformou no Brasil da discórdia, da desunião, do conflito, da briga entre familiares e amigos, da arrogância política. Da violência contra a democracia. Dos ataques à imprensa e a jornalistas”.
Nas pesquisas eleitorais, contudo, o tucano está longe de se mostrar um candidato competitivo. Nessa semana, a divulgação de levantamentos feitos por Paraná Pesquisas, PoderData e Ipespe mostrou que o desempenho de Doria varia de 1% a 5% das intenções de voto.
Os estudos apontam a consolidação de Lula na dianteira e a tendência de queda do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Moro e Ciro Gomes (PDT) aparecem na disputa pela terceira colocação.
Apesar de liderar as pesquisas, Lula tem afirmado que vai decidir seu papel na disputa presidencial “entre fevereiro ou março”. Bolsonaro, por sua vez, deve fazê-lo na terça-feira (30), quando participa de ato de filiação no PL. Pacheco é tratado como candidato pelo PSD, mas ainda não confirma que estará na disputa.
Confira os candidatos:
Novo: Luiz Felipe D’Ávila foi confirmado pela sigla em 3 de novembro, durante encontro em Brasília.
MDB: Simone Tebet foi anunciada pelo presidente da sigla nas redes sociais em 23 de novembro.
Cidadania: Alessandro Vieira foi confirmado em reunião da Executiva Nacional do partifo em 9 de setembro.
PDT: Ciro Gomes chegou a suspender a pré-candidatura, mas retomou em 10 de novembro.
PSDB: João Doria foi confirmado pelas prévias internados do partido neste sábado (22).
Brasil 35: Cabo Daciolo divulgou sua pré-candidatura pelo novo partido em 30 de outubro.
Podemos: Moro foi confirmada pela presidente do partido em entrevista em 11 de novembro.