Ação da Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no município do Litoral Sul; operação é uma das maiores do país no combate a crimes contra crianças e adolescentes.
Balneário Gaivota foi um dos municípios catarinenses onde a Polícia Federal cumpriu mandados durante a Operação Proteção Integral III, deflagrada nesta quarta-feira (8) em todo o país. A ação tem como foco o combate à produção, armazenamento e compartilhamento de conteúdo de abuso sexual infantil na internet.
Em Balneário Gaivota, os agentes da PF cumpriram um mandado de busca e apreensão em uma residência. Computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos foram recolhidos e encaminhados para perícia, a fim de identificar possíveis materiais relacionados a crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Até o momento, não há confirmação de prisões no município, mas a investigação segue em andamento sob sigilo.
A operação foi coordenada pela Polícia Federal, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). No estado, outros quatro mandados também foram cumpridos nas cidades de Joinville, Palhoça, Chapecó e Santo Amaro da Imperatriz, resultando em três prisões em flagrante.
De acordo com a PF, os investigados utilizavam redes sociais e aplicativos de mensagens para compartilhar imagens e vídeos envolvendo abuso sexual de menores. O material era armazenado em dispositivos pessoais e, em alguns casos, produzido pelos próprios investigados — o que caracteriza o crime de produção de pornografia infantil, com pena que pode chegar a oito anos de reclusão, além de agravantes quando há laços familiares com as vítimas.
A Operação Proteção Integral III é considerada uma das maiores do país no enfrentamento à exploração sexual infantil, mobilizando cerca de 900 agentes em 16 estados brasileiros. Em nível nacional, foram 55 prisões em flagrante e 182 mandados de busca e apreensão cumpridos.
A ação faz parte de um esforço contínuo de integração entre as polícias e o Ministério Público para rastrear crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. A Polícia Federal reforça que qualquer cidadão pode colaborar com as investigações, denunciando casos suspeitos por meio do Disque 100 ou das plataformas oficiais da corporação.
“O objetivo é proteger integralmente nossas crianças, identificando e responsabilizando quem pratica, produz ou compartilha esse tipo de material. É um trabalho constante e de extrema prioridade”, destacou a corporação em nota.
A operação recebeu o nome de “Proteção Integral” em referência ao artigo 227 da Constituição Federal, que determina ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente o direito à dignidade e à proteção contra toda forma de violência.