O cabo Matheus Premoli de Souza e o cão de busca Bono, que formam o binômio do Corpo de Bombeiros de Araranguá, estão novamente no Rio Grande do Sul, atuando na busca de desaparecidos. Eles, juntamente com o sargento Willian Valdeley Marques e o seu cão Marley, de Governador Celso Ramos, se deslocaram na segunda-feira, dia 3, para solo gaúcho.
Esta foi a segunda vez que Premoli e Bono foram enviados para missão na tragédia do Rio Grande do Sul deste ano. Na segunda semana de maio, Premoli e Bono encontraram o corpo de um senhor na cidade de Roca Sales e depois foram atuar em Cruzeiro do Sul, onde Bono indicou dois pontos de interesse no último dia de serviço da dupla. No local, o corpo de uma menina, de 11 anos, foi encontrado pela equipe que substituiu o binômio araranguaense.
Desta vez, os dois binômios catarinenses, Premoli e Bono e Valdeley e Marley, foram enviados para o Lajeado, de onde receberam a missão de trabalhar em Arroio do Meio, juntamente com equipes de bombeiros do Paraná e do Amazonas. O binômio de Araranguá deve permanecer no estado gaúcho até domingo, dia 9.
Desde quando foram autorizados pelo governo do Estado a deslocar para o RS, os bombeiros militares catarinenses salvaram 3.051 pessoas e 560 animais. Além disso, encontraram 19 vítimas em óbito, sendo que 03 delas foram encontrados graças ao indispensável trabalho dos cães que soma de forma muito efetiva ao trabalho dos homens e mulheres que atuam neste tipo de busca.
O desastre no estado vizinho já mobilizou, desde o dia 1º de maio, 147 bombeiros militares e 14 cães de busca do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Também já foram empenhados 48 viaturas, 40 embarcações, 19 motores de popa, dois caminhões, um APC, uma mini-escavadeira, um quadriciclo, drones e equipamentos para busca e resgate em áreas inundadas e em deslizamentos do CBMSC.
Tragédia no RS
As enchentes que tomaram o Rio Grande do Sul após os temporais que assolaram o estado já duram mais de um mês em alguns municípios gaúchos. Conforme publicação da Agência Brasil desta segunda-feira, dia 3, Mais de 616,6 mil pessoas ainda estão impossibilitadas de voltar para suas casas, devido à calamidade pública provocada pelas fortes chuvas que caíram no estado entre o fim de abril e maio. Entre elas, 37.154 estão abrigadas temporariamente em um dos 857 abrigos provisórios disponibilizados pelo estado. De acordo com o balanço das enchentes atualizado pela Defesa Civil no estado, na segunda-feira, 579.457 pessoas ainda estão desalojadas, morando temporariamente em casas de parentes, amigos ou à beira de estradas, enquanto não podem retornar às suas residências.
A tragédia provocou 172 mortes, conforme divulgado pela Defesa Civil no domingo, dia 2. E 42 pessoas ainda seguem desaparecidas. Desde o início das fortes chuvas, 77,8 mil pessoas foram resgatadas e também 12,5 mil animais silvestres, domésticos e de produção foram resgatados das enchentes, como cachorros, gatos, cavalos, porcos, bois e galinhas.
No período de pouco mais de um mês da ocorrência dos eventos climáticos 2.390.556 pessoas foram afetadas direta ou indiretamente por eles, o que equivale a 21,97% da população total do estado (10,88 milhões de habitantes, residentes em 475 municípios impactados pelas chuvas e cheias.