Um procedimento realizado no Sul de Santa Catarina transformou a vida de Luís Carlos Sanches Silva, 40 anos, diagnosticado com neurofibromatose, uma doença genética rara que provoca o crescimento de tumores benignos pelo corpo. Na cidade de Araranguá, ele passou por duas cirurgias que retiraram entre 500 e 700 gramas de tumores do rosto, devolvendo funções básicas e melhorando a autoestima.
Morador do Maranhão e pai de duas crianças, Luís enfrentava dificuldades extremas para se alimentar e respirar. “O nariz caía sobre a boca, o queixo encostava no peito. Eu precisava levantar o nariz para conseguir comer ou beber, e a comida acabava caindo da boca”, relembra.
O atendimento foi possível graças ao Projeto Leozinho, iniciativa do cirurgião bucomaxilofacial Raulino Brasil, que mantém um hospital em Araranguá e oferece cirurgias gratuitas para pessoas que não podem pagar pelo tratamento. “Apesar de não ser um caso de risco imediato de morte, a condição dele comprometia funções vitais. Agora, vamos seguir com pelo menos outras oito cirurgias para melhorar a qualidade de vida e a autoestima”, explica o médico.
Uma luta desde a infância
Aos seis anos, Luís já apresentava o rosto tão deformado que chegava a encostar no peito. O preconceito foi constante: “No ônibus, ninguém sentava do meu lado. As pessoas olhavam, comentavam, e até evitavam encostar em mim”.
Ele já havia passado por procedimentos em São Paulo entre 1993 e 2007, sem resultados significativos. Ao conhecer o Projeto Leozinho pelas redes sociais, aceitou vir a Araranguá para tentar uma nova chance.
Recuperação e esperança
Após as duas primeiras cirurgias, Luís relata melhoras imediatas: “Agora a comida já não cai tanto. Minha autoestima, que já era boa, está ainda melhor. Quando terminar o tratamento, vai estar 100%”.
O paciente seguirá em Araranguá pelos próximos seis meses para a continuação das cirurgias, com todos os custos cobertos pelo projeto.
O caso de Luís reforça a importância de iniciativas como o Projeto Leozinho, que já atendeu pacientes de várias partes do Brasil e devolveu dignidade a quem enfrenta desafios de saúde e sociais provocados por deformidades faciais.
Informações G1