Algumas pessoas procuram palavras ásperas e grosseiras para atacar alguém, simplesmente por sentir-se intimidada pela pessoa.
Outro dia, uma amiga me contou uma situação com um “ex”. Disse-me: “Cansei de ouvir, baixar a cabeça e me calar. Hoje respondo à altura e o que me vem à mente”.
Compartilhei com ela que, no meu trabalho, também já enfrentei situações parecidas — e aprendi que, na maioria das vezes, o ataque vem da tentativa de se sentir no controle.
É como se, ao tentar nos ferir com insultos, o outro ganhasse um “superpoder” e passasse a acreditar que está em posição superior.
Quando reagimos na mesma intensidade na verdade estamos dando munição à pessoa, ou seja, o controle. Sabia disso?
Volte seu pensamento lá em uma situação semelhante. Agora tente rever como você revidou a certos insultos.
A ilustração me lembra um controle remoto de televisão. A pessoa brinca com seus sentimentos porque ela tem todo o controle sobre você.
A Estratégia BLAST
Ao longo dos anos, descobri que usar diplomacia é muito mais eficaz que revidar. No atendimento ao cliente, por exemplo, aplico uma técnica chamada BLAST — ideal para “explosões” emocionais:
B – Believe (Acredite): Reconheça que o outro tem direito ao seu sentimento (não significa concordar com o que ele diz).
L – Listen to (Ouça): Preste atenção sem interromper, mesmo que a pessoa esteja irritada.
A – Apologize (Peça desculpas): Assuma o problema, sem dar desculpas vazias.
S – Solve (Resolva): Apresente soluções ou alternativas.
T – Thanks (Agradeça): Valorize a oportunidade de corrigir a situação.
Um exemplo prático: se o cliente recebe o produto errado, digo:
“Você tem todo o direito de estar chateado. Peço desculpas e agradeço por me avisar.”
Isso desarma a pessoa, em vez de alimentá-la com mais motivos para discutir.
Responder “à altura” é como colocar lenha na fogueira — ou gasolina no fogo.
Se, em vez disso, você “jogar água” com calma e controle, o outro ficará sem argumentos.
Além disso, ao revidar, você desce ao mesmo nível da provocação, e provavelmente esse não é o lugar onde você quer estar.

O Dr. David Burns, no livro Sentindo-se Bem, recomenda:
“Em vez de repreender a pessoa, elogie-a pelo que ela fez certo.”
Ele sugere encontrar uma maneira de concordar com algo, mesmo que pequeno. Isso desarma discussões e fortalece sua paz interior, autoestima e eficácia.
Quando alguém tentar lhe agredir com insultos, lembre-se: isso diz mais sobre o caráter dela do que sobre o seu.
Você pode não mudar a outra pessoa, mas certamente pode preservar sua saúde emocional ao manter a postura.
Pessoas emocionalmente inteligentes mantêm conversas cordiais e não desperdiçam energia com o que não constrói.
Controle não é poder sobre o outro, é poder sobre si mesmo.