Verão chegando e com ele o aumento de acidentes com animais peçonhentos.
Caso você aviste alguma dessas espécies, mantenha a calma, afaste animais domésticos, salve crianças e ligue para os órgãos responsáveis para o resgate:
Guarda municipal ambiental (Florianópolis) – 153
Corpo de bombeiros – 193
Polícia militar ambiental – 190
O perfil UFSC Sustentável – @ufscsustentavel – publicou 17 espécies de animais peçonhentos para manter distância neste verão. Lembrando que conhecer os bichos presentes na região é uma forma de prevenção e permite um socorro mais rápido em caso de encontros indesejados.
Animais Peçonhentos/Venenosos são animais que possuem peçonha ou veneno. Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, abelhas. Animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões) provocando envenenamento passivo, por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu).
Em Santa Catarina, principalmente com a associação entre calor e umidade, os mais comuns são:
Loxosceles sp. (Aranha Marrom)
São conhecida popularmente como aranha-marrom. Constroem teias irregulares em fendas de barrancos, sob cascas de árvores, telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis, cantos de parede, sempre ao abrigo da luz direta. Possuem corpo revestido por cerdas curtas e sedosas, de cor variando em tonalidades de marrom esverdeado até avermelhado. Podem atingir 1 cm de corpo e até 3 cm de envergadura de pernas. São pouco agressivas, de hábitos noturnos e geralmente picam quando comprimidas.
Phoneutria sp. (Aranha Armadeira)
São conhecidas popularmente como aranhas-armadeiras. Quando se sentem ameaçadas, podem ser agressivas levantando os dois pares de patas dianteiras e apoiando nas traseiras, mostrando as manchas listradas abaixo das pernas como sinal de advertência. Podem atingir de 3 a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura. São animais errantes (não se fixam num mesmo ambiente) e não constroem teias geométricas. Os acidentes ocorrem com frequência dentro das residências quando elas entram procurando abrigo, principalmente em calçados.
Tityus serrulatus (escorpião amarelo)
Ocorre principalmente nos estados de MG, SP, RJ, ES, BA, GO e DF, tendo sido introduzidos em RO e PR. Porém, a espécie já é encontrada em SC também. Estes escorpiões apresentam coloração amarela, com o cefalotórax e o abdômen mais escuros, e sem manchas nos pedipalpos e patas. Seu nome científico é devido a serrilha que apresenta, localizada na parte dorsal do 3° e 4° segmentos da cauda. Esta espécie, quando urbanizada, não necessita de machos e fêmeas para realizar a cópula e se reproduzir. Isso porque ocorre o que chamamos de partenogênese, que acontece quando um indivíduo se autofecunda, gerando uma prole que pode ser considerada seus “clones”. Isso impacta diretamente na rapidez em que esse animal pode infestar um ambiente.
Tityus costatus
Ocorre na região da Mata Atlântica, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Apresentam tamanho entre 5 e 7 cm, coloração marrom-amarelada com duas faixas longitudinais no cefalotórax, ou todo o cefalotórax preto. Os pedipalpos e as patas são amareladas ou amarelo-avermelhados fortemente manchados.
Tityus bahiensis (escorpião preto ou escorpião marrom)
Se distribuem pelos estados de BA, ES, GO, MT, MS, MG, PR, RJ, RS, SC e SP. Seu nome popular deriva da coloração marrom avermelhada que apresenta. O cefalotórax e o abdômen são mais escuros, e as pernas e pedipalpos possuem manchas. Na cauda, o 4° e 5° segmentos são mais escuros que os demais.
Lonomia obliqua (taturana, bicha cabeluda, ruga)
Apresentam espinhos verdes sobre o corpo, chamados de scoli. O corpo é marrom escuro com uma faixa marrom (diferenciada do resto do corpo) que se estende por todo o dorso do inseto, sendo margeada por um estreito contorno preto, e este é limitado por um outro contorno branco (mais externo).
Automeris sp.
Possuem espinhos e corpo de coloração verde-claro, com manchas brancas laterais.
Hylesia sp. (taturana, bicha cabeluda)
Possuem cerdas por todo o corpo, sendo mais alongadas na região anterior, remetendo a “antenas”. São marrom escuras com uma listra mais clara em cada lateral do corpo.
Megalopyge lanata (taturanha, bicha cabeluda)
Possuem o corpo preto com manchas brancas transversais e dorsais largas em cada segmento. Têm tufos de cerdas pretas, de tamanho variado, com cerdas menores e avermelhadas na sua base.
Podalia sp. (lagarta cachorrinho, lagarta gatinho, bicha cabeluda)
Possui o corpo amarelo, completamente coberto por densas cerdas que lhe dão aspecto de pelúcia ou de macios “pelos”, com uma grande variedade de coloração. Na base de suas densas cerdas, encontramos as cerdas menores que são secretoras de toxinas urticantes.
Acharia sp. (nome anterior Sibine sp.)
Corpo verde claro, com cerdas apenas nas regiões anterior e posterior do corpo, em forma de pequenos tufos, através dos quais injetam o veneno.
Phobetron sp.
Possui uma estrutura corporal singular, coberta por cerdas e com corpo achatado. Essa lagarta possui apêndices que mimetizam patas de aranha, isso auxilia a manter longe predadores em potencial.
Família Arctiidae
Apresentam cerdas maiores que parecem as cerdas menores que injetam o veneno.
Micrurus corallinus
Possui a cabeça preta com faixa transversal branca. Seu padrão de coloração inclui anéis pretos margeados por anéis brancos e intercalados por anéis vermelhos.
Micrurus altirostris
Cabeça com uma faixa vermelha, ou laranja, sobre a qual há duas escamas pretas, que formam um desenho semelhante a uma borboleta. Apresenta, ao longo do corpo, o padrão de três anéis pretos separados por dois anéis brancos/ amarelos e limitados anéis vermelhos/ laranjas.
Oxyrhopus sp.
Padrões de coloração muito parecidos com as corais verdadeiras com a diferença de não fecharem os anéis sob seu ventre e possuírem outro tipo de dentição.
Crotalus durissus terrificus
Presença do guizo no final da sua cauda. São serpentes robustas e de coloração semelhante a vegetação, que a auxilia na camuflagem no ambiente.
Bothrops jararaca (jararaca)
Tem colorido muito variável desde tons castanho claros até coloração quase que completamente preta, mas são característicos os desenhos semelhantes a “V” invertido ou gancho de telefone/ headset.
Bothrops jararacussu (jararacussu)
O colorido apresenta diferenciação dependendo da idade e do sexo do animal. Quando jovens, possuem coloridos em tons castanhos, que evolui nos adultos geralmente para manchas pretas sobre fundo amarelo no caso das fêmeas e sobre fundo castanho nos machos. Os machos apresentam tamanho menor que as fêmeas.
Bothrops alternatus (urutu)
Apresenta manchas dorsolaterais bem marcadas em forma de ferradura ou gancho de telefone/ headset de tons castanhos, margeadas de branco ou amarelo, e na parte interna, se desenha um formato similar a uma cruz o que justifica seu nome popular (cruzeira).
Bothrops diporus (jararaca-pintada)
A sua coloração é castanha, com manchas ao redor do corpo de cor marrom em formato de ‘V’ com um delineado bastante marcado.
Bothrops neuwiedi (jararaca-de-rabo-branco)
Serpente de pequeno a médio porte, dificilmente ultrapassando 1 m de comprimento. São muito ágeis e agressivas.
Fonte: UFSC e Ciatox