A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou por apologia ao nazismo o estudante Vinícius Krug de Souza, de 28 anos, após ele comparecer à cerimônia de colação de grau da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com uma suástica desenhada na testa. O caso ocorreu em fevereiro deste ano, no campus Centro da universidade.
Formando em Engenharia de Minas, o estudante causou revolta ao chegar com a suástica e outros símbolos pintados no rosto. A direção da UFRGS, ao tomar conhecimento da situação, interveio imediatamente. O vice-reitor Pedro Costa, juntamente com o setor de segurança institucional, abordou o aluno e o alertou sobre a gravidade do símbolo exposto.
Diante da possibilidade de ser conduzido à Polícia Federal, Vinícius apagou a pintura nazista e participou da cerimônia com outras marcas no rosto. Mesmo assim, a universidade registrou boletim de ocorrência e deu início a um processo administrativo, que inclui a suspensão temporária da emissão do diploma.
A legislação brasileira considera crime a apologia ao nazismo, tipificada na Lei 7.716/89, com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS se manifestou publicamente, pedindo a anulação da formatura do estudante e reforçando o repúdio a qualquer símbolo que promova o ódio e a intolerância.
Em sua defesa, Vinícius alegou que a suástica exibida seria um símbolo de origem hindu, desvinculado da ideologia nazista. Ele ainda afirmou ter perdido o emprego após a repercussão do caso e disse que sua família vem sendo alvo de ameaças.
A UFRGS, em nota oficial, reiterou seu compromisso com os direitos humanos e declarou que não tolera manifestações de ódio em seus espaços. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que analisará se oferece denúncia à Justiça.
O caso reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de instituições públicas na promoção de ambientes seguros e respeitosos.