O município de Santa Rosa do Sul pode ser o primeiro do Sul catarinense a implantar uma residência inclusiva, para pessoas com deficiência.
Essa luta iniciou pelas mãos de Andreia Soterio, presidente da Apae de Santa Rosa do Sul, e de Flaviana Rocho, mãe de um autista não verbal de 10 anos.
Flaviana mora em São João do Sul e é ativista da causa da inclusão desde que o filho foi diagnosticado como autista. Nesta luta, já encontrou situações em que pessoas com deficiência são abandonadas ou vítimas de maus tratos pela própria família. “A gente faz a denúncia ao Ministério Público, mas não têm um local para abrigar esses deficientes. As crianças vão para a Casa Lar, os idosos para o asilo, mas os adultos não têm um lugar seguro”, diz.
A situação piorou durante a pandemia, pois muitos pais e mães perderam à vida e alguns portadores de necessidades especiais ficaram desamparados. Flaviana aponta que em Santa Rosa do Sul foi encontrado um caso bastante preocupante, o que motivou uma conversa com o prefeito Almides da Rosa. Ele aderiu a ideia e doou um terreno para a construção da casa.
Na semana passada, o grupo se reuniu com a deputada estadual Paulinha, que já anunciou em um post em suas redes sociais que irá erguer as paredes da obra. “A Covid levou muitos dos nossos idosos. Alguns deles, pais de pessoas com deficiência, eram seus únicos guardiões. E agora esses filhos de Santa Catarina estão sem acolhimento. Temos também, infelizmente, casos de abandono e maus tratos. E não podemos mais fechar os olhos para essa realidade”, enfatizou a parlamentar.
O projeto de residência inclusiva para atender as pessoas com deficiência surgiu exatamente pela necessidade de ter um lugar seguro ofertado para elas. Essa unidade vai oferecer Serviço de Acolhimento Institucional, para jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não disponham de condições de auto sustentabilidade ou de retaguarda familiar.