As paróquias Santo Antônio de Pádua e São João Paulo II de Sombrio, realizaram este mês uma live dentro da programação do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.
Chamado de Cantando à Vida com os Padres, o projeto contou com a participação de convidados. Uma das apresentações foi da jovem Valeri Cardoso, de 27 anos. Além de cantar, ela deu um depoimento emocionado. Contou que teve depressão profunda, que está sendo vencida com muita fé, mas também medicação e acompanhamento profissional. “Nem o padre, que me convidou para a live, sabia tudo o que eu enfrentei”, disse a moça, que depois conversou com a Rádio 93.3 FM e jornal Correio do Sul.
Valeri contou que começou a se sentir mal em junho de 2019. Até hoje, não consegue explicar direito o que sentia. “Perder o sentido da vida é surreal, perder a vontade de levantar, de cuidar da higiene pessoal”, diz.
Ajuda profissional
Foi o esposo de Valeri quem percebeu primeiro a gravidade da situação, enquanto a mulher relutava em aceitar que estava doente, acreditando tratar-se apenas de cansaço.
Por insistência do companheiro, a jovem aceitou procurar um psiquiatra e recebeu o diagnóstico de depressão e ansiedade. O médico prescreveu medicação, e mesmo já tendo pensamentos sobre suicídio, Valeri relutou em tomar os remédios. “A gente cresce ouvindo que quem toma esse tipo de remédio ‘não é normal’”, explica.
No entanto, foi o tratamento que a ajudou a superar os piores momentos, e agora ela defende a medicação quando prescrita por profissional de saúde. “A depressão é uma doença e compreendi que é necessário procurar o médico e usar os medicamentos, como em qualquer outra doença”.
Medicação e fé
Que motivos uma jovem bonita, trabalhando e bem casada tem para apresentar tanta ansiedade e tristeza? Valeri ouviu muitas vezes esse questionamento que não possui resposta. Também ouviu que depressão é ‘falta de Deus na vida’. Justo ela, que desde menina tem participação ativa na Igreja Católica. Foi justamente durante uma missa que teve uma das piores crises de pânico. Como faz desde os oito anos de idade, naquele dia ia cantar na celebração religiosa, quando começou a passar mal. Por um tempo, não conseguiu ficar onde havia muitas pessoas.
Dois anos depois do diagnóstico, Valeri, que teve também apoio psicológico, continua com uma medicação, e voltou a sua rotina. O pior passou. “Muitas vezes planejei tirar a minha vida. Hoje estou aqui para dizer às pessoas que estão com depressão: não desistam, vai passar. Tenham fé, mas também procurem ajuda profissional. Acreditem que viver vale a pena”.
É muito importante falar sobre este assunto , por que a maioria das pessoas associam depressão com falta de fé.
Muito obrigada por dar seu depoimento , precisamos de representatividade nessa área.
Depressão é doença sim ,
e como toda doença, precisa de medicamentos!
E apoio familiar . E se você tem alguma crença fica mais fácil passar por essa fase ruim .
É só uma fase ruim , não uma vida ruim !