Três jovens moradores de Santa Rosa do Sul, Balneário Gaivota e Sombrio começaram a trabalhar antes mesmo de completar a maioridade e contam de suas conquistas e batalhas
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Thierry da Luz tem apenas 24 anos, mesmo assim, passou a metade da vida trabalhando. Começou aos 12 anos como ajudante de pedreiro, para ganhar dinheiro e ajudar a mãe que o criava sozinho. Nunca mais parou e nem se arrependeu de ter iniciado tão cedo. “Eu precisava trabalhar, mas continuei estudando e não me atrapalhou em nada. Trabalhar é bom, ensina”, afirma.
Aos 16 anos Thierry assinou a carteira de trabalho pela primeira vez, depois entrou em uma imobiliária como corretor de imóveis e hoje tem seu próprio escritório em Balneário Gaivota, onde mora. Em sua opinião, oportunidade para empreender existe, só é preciso ir atrás.
Tcharles Trajano abriu uma revenda de automóveis com 17 anos de idade, em Santa Rosa do Sul. O negócio não foi adiante, no entanto, ele continuou trabalhando, contratado pela empresa do pai. “Ele me botou no pior serviço, porque queria que eu aprendesse tudo”, conta. O pai fez bem, pois infelizmente morreu pouco depois vítima de câncer, e coube ao filho tocar o negócio. Esteja onde estiver, o pai deve estar orgulhoso. O herdeiro, que está com 26 anos, fez a empresa crescer, se tornar sólida, e chegar a 28 funcionários.
O espírito empreendedor de Iury Cechinel da Rosa surgiu cedo. Aos oito anos de idade ele apanhava limões de um pé atrás de casa e saia vendendo na vizinhança. “Todo mundo conhecia o pai e a mãe e achava bonitinho o meu esforço e comprava”, lembra. Além disso, as tias e vizinhas que moravam próximo eram casadas com caminhoneiros, assim como a própria mãe de Iury é, e davam trocados para que o menino fizesse pequenos serviços, como ir pagar um boleto numa loja. Ele guardava tudo que recebia e quando juntou R$ 50,00 negociou com o pai a compra de uma bicicleta. “Faltavam R$ 150,00, então o pai pagou a loja e eu fui pagando ele. Às vezes dava R$ 2,00 numa semana, R$ 5,00 em outra”.
Iury está com 23 anos e já teve uma borracharia e fez outros negócios, sempre determinado a empreender.
Comprometimento
Tcharles mora em Santa Rosa do Sul, Thierry na Gaivota e Iury em Sombrio. Thierry é o único casado, sendo pai de duas meninas. Além da juventude, em comum,eles têm pais que não deram tudo de mão beijada aos filhos, e o fato de já terem fracassado em algum momento, sem se abalar. “Quanto mais oportunidade aparecer melhor, a gente pode errar, mas aprende e vai adiante”, ensina Iury. Thierry analisa que a maioria das pessoas é acomodada: “Tem chance de um negócio dar errado dá mesma forma que tem chance de dar certo, é preciso tentar”.
Para Tcharles, uma das maiores dificuldades que os empreendedores enfrentam no Brasil é encontrar mão de obra qualificada, contar com colaboradores realmente comprometidos com a empresa. Iury vai na mesma linha, avaliando como dificuldade a falta de mentalidade para empreender. “E para empreender não precisa ter uma empresa. Um funcionário pode ser empreendedor dando ideia pro patrão, sendo bom e fazendo seu nome”, finaliza.