O advogado Mauri Nascimento oficializou sua candidatura à vaga de desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) destinada à advocacia pelo Quinto Constitucional, aberta após a aposentadoria do desembargador Sebastião César Evangelista. O processo de escolha será conduzido pela OAB-SC, com votação direta da advocacia catarinense e posterior formação das listas sêxtupla e tríplice, encaminhadas ao TJ-SC e ao governador do Estado.
Em entrevista, Nascimento destacou sua trajetória: “Nosso escritório completou cinquenta anos no ano passado, e desses, atuo diretamente na advocacia há 38 anos. Entendo que é chegada a hora de, ao me aproximar dos quarenta anos de atuação, devolver tudo aquilo que recebi da Justiça e do Direito. A advocacia me proporcionou minha vida e estabilidade profissional; hoje sinto que devo retribuir.”
Representatividade da advocacia do interior
Sobre a importância da representatividade da advocacia do interior no TJ-SC, Nascimento afirmou: “O advogado que chega ao Tribunal pelo Quinto Constitucional leva um olhar diferenciado. Ele conhece o dia a dia do balcão, entende as demandas locais e pode tomar decisões com base na realidade do interior. Representatividade não é apenas presença, é efetividade.”
O advogado lembrou que a última representante da região foi a desembargadora Salete Sommariva, atualmente aposentada, reforçando a necessidade de renovação: “Um advogado do interior no Tribunal pode atender às necessidades regionais com conhecimento da realidade local, diferente de um juiz de carreira da capital.”
Experiência e qualificação
Com 38 anos de atuação, Nascimento ressalta sua experiência e reputação como diferenciais para a vaga: “Sempre busquei atender e ouvir todos os clientes, independentemente da condição financeira. Acredito que essa postura será fundamental no Tribunal.”
Ele destacou ainda que a atuação pelo Quinto Constitucional permite trazer “oxigenação” ao Tribunal, unindo a experiência prática da advocacia à função judicial: “Um advogado que vivencia o balcão diariamente pode tomar decisões com equidade, conhecendo a realidade da região, algo que um juiz de carreira que nunca passou pela região sul dificilmente terá.”
Processo eleitoral
O processo de escolha do novo desembargador começa com a definição de 12 candidatos habilitados pelo Conselho Estadual da OAB-SC. A advocacia catarinense vota, e os seis mais votados formam a lista sêxtupla, que é enviada ao TJ-SC. O tribunal escolhe três nomes para a lista tríplice, que é encaminhada ao governador.
Candidato há cerca de um ano, Nascimento detalhou sua campanha: “Me desliguei do escritório para percorrer o Estado inteiro. É uma eleição estadual, como se fosse um deputado estadual. Percorro subseções, converso com presidentes, colegas e apresento meu currículo, buscando apoio. O Sul está engajado, mas precisamos da adesão de outras regiões. É um trabalho intenso, essencial para representar bem a advocacia do interior.”
Compromisso com a advocacia
Mauri reforçou que sua candidatura é motivada pelo desejo de devolver à sociedade parte do que recebeu ao longo da carreira: “O objetivo é devolver à sociedade e aos advogados o que a advocacia me proporcionou. A experiência adquirida será aplicada para garantir direitos, atender demandas com atenção e aproximar o Tribunal da realidade do interior.”