terça-feira, 5 DE agosto DE 2025
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Claudete MatosMudança, Transição e Transformação

Mudança, Transição e Transformação

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Você provavelmente já ouviu que mudanças raramente acontecem da noite para o dia. É verdade que nada é impossível — e, sim, algumas mudanças podem ocorrer de forma inesperada. Mas, mesmo assim, elas costumam causar transtornos e impactar o nosso mundo de maneiras que nem sempre conseguimos prever.

 

Um exemplo marcante foi o ano de 2020 e a pandemia da Covid-19. Só de lembrar, muita gente ainda sente um certo desconforto.

 

Tudo parecia normal. Nos EUA, o inverno chegava ao fim e aguardávamos ansiosamente a primavera para aproveitar mais a vida ao ar livre. No Brasil, o verão se despedia e o outono trazia um alívio para o calor intenso.

 

Era março. Meu marido e minhas filhas gêmeas estavam animados para a primeira viagem ao Brasil. De repente, tudo mudou. Viagem cancelada, incerteza no ar, medo e pânico tomando conta.

 

As pessoas passaram a evitar sair de casa, recusavam abraços da própria família. O aperto de mão desapareceu, e a distância se tornou regra. Sorrisos foram escondidos pelas máscaras, e as ruas ficaram desertas. Lojas fechadas, cafés vazios, encontros esquecidos. O emprego era incerto, as finanças comprometidas.

 

Foi então que me lembrei de um curso que havia feito em 2019: “Mudança, Transição e Transformação”. Na época, não imaginava o quanto ele me ajudaria a compreender o que vivíamos.

 

Mas vamos deixar as memórias ruins de lado. Quero falar de mudança positiva — aquela que começa no nosso comportamento, no desejo de sermos a nossa melhor versão.

 

Outro dia, no BK, enquanto mediava um conflito entre funcionários, uma colaboradora chamada Jennifer me disse:

— “Eu sou assim e pronto!”

Do meu baú de memórias (2000), entrevista com Maurício Manieri quando o cantor estava no auge do sucesso com a música “Bem Querer”.

Ela admitiu ter problemas com irritabilidade e que já havia tentado mudar, sem sucesso.

 

Contei a ela que também fui assim um dia. Queria que tudo fosse do meu jeito e, quando não era, eu me irritava. Não costumava revidar ofensas, mas muitas vezes deixei de falar com pessoas que amava em vez de buscar o diálogo.

 

O que me fez mudar?

Quando parei de tentar mudar os outros e passei a melhorar a minha própria reação diante das situações. Busquei aprimorar o relacionamento comigo mesma.

 

Como diz Cherie Carter-Scott no livro Transformation Life Coaching:

 

“Seu relacionamento consigo mesmo é o mais importante e crucial em sua vida. Sua carreira, seus relacionamentos pessoais, sua casa e sua saúde são todos resultado direto da qualidade desse relacionamento.”

 

 

Quando aprendi que meu bem-estar não depende de algo ou de alguém, passei a viver mais feliz e otimista. A alegria vem de dentro para fora — não o contrário. Não precisamos nos virar do avesso; basta deixá-la fluir.

 

Isso acontece quando não colocamos nossos sonhos e expectativas no outro, mas em nós mesmos. Pessoas vão nos frustrar e decepcionar — e, muitas vezes, por nossa própria culpa, quando os deixamos ultrapassar nossos limites. Tudo é uma questão de escolha, e cabe a nós fazer bom uso desse poder.

 

Mudanças podem ser vistas de formas diferentes: alguns rejeitam, outros abraçam; alguns temem, outros celebram; alguns se motivam, outros sabotam. E você? Como encara as mudanças?

 

Se deseja mudar algo em sua vida, que tal começar aos poucos, sem pressa ou atropelos?

 

Em Gerenciando Transições, William Bridges explica:

 “A mudança é situacional. A transição, por outro lado, é psicológica. Não é o evento em si, mas a reorientação interior que permite incorporar a mudança. Sem transição, a mudança não funciona, porque não ‘pega’.”

 

Ao treinar líderes no BK, percebo que muitos chegam com mentalidade fixa, como Jennifer. Meu papel é guiá-los a se redescobrir, criando um plano de transição. Não existe fórmula mágica: a transição leva tempo, exige criação de novos hábitos, abandono dos antigos, autodisciplina, autocontrole e força de vontade.

 

Quando Jennifer disse “Eu sou assim e pronto!”, respondi:

— “Então não posso treiná-la para gerente.”

 

Talvez minhas palavras tenham sido duras, mas no dia seguinte ela me ligou dizendo:

— “Quero mudar!”

 

E foi aí que percebi a importância daquele provérbio:

 “Você pode levar um cavalo até a água, mas não pode obrigá-lo a beber.”

 

Podemos mostrar caminhos e benefícios, mas a decisão de mudar é sempre da própria pessoa.

 

Se deseja transformar-se na sua melhor versão, lembre-se: entre a mudança e a transformação, existe a transição. E entre a motivação e o resultado, existe a ação.

 

Acima de tudo, quem aperta o botão “começar” é você.

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