A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (18) dois mandados de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e na sede do Partido Liberal, em Brasília. A ação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de um inquérito que corre em sigilo.
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), confirmou que a operação está relacionada ao processo aberto no último dia 11 de julho pelo STF. A investigação apura possíveis crimes como coação no curso do processo, obstrução da Justiça e tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Além das buscas, o ex-presidente foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão. Entre elas estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 19h às 7h, inclusive nos fins de semana, e a proibição de utilizar redes sociais e de manter contato com embaixadas, diplomatas e outros investigados.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos aproximadamente US$ 14 mil em espécie, R$ 2 mil e um pen drive. Os itens estavam na casa do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, classificou as medidas como “surpreendentes e indignantes”, e afirmou que aguardará acesso à decisão para adotar providências jurídicas.
A operação provocou reações políticas. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal e filho do ex-presidente, afirmou que a ação representa uma escalada de pressões após um vídeo divulgado por Jair Bolsonaro em apoio ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O PL, por sua vez, declarou que a operação é mais um episódio de “perseguição a conservadores”.