Em coletiva realizada nesta quinta-feira (30), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que, dentre os 99 mortos já identificados após a megaoperação nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, 42 possuíam mandados de prisão em aberto. Além disso, 40 eram de outros estados, segundo os dados divulgados. 78 tinham registro criminal.
A operação, deflagrada com um dos maiores dispositivos de força da história do estado — envolvendo cerca de 2.500 agentes — tinha como alvo a facção Comando Vermelho e buscava cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em 26 comunidades da Zona Norte do Rio.
Segundo o governo estadual, o número de mortos nesta ação passou para 121, incluindo quatro policiais, conforme atualização oficial.
O que a nova informação revela
A existência de 42 pessoas com mandados de prisão entre os mortos reforça que uma parcela significativa já era alvo de investigação ou procurados pela justiça.
A presença de 40 indivíduos de fora do Rio de Janeiro indica uma mobilização interestadual ou migração de criminosos para atuação na capital fluminense, algo que pode apontar para o caráter nacional da facção ou articulações inter-estaduais.
Essa combinação (mandados em aberto + origem fora do RJ) sugere que a operação atingiu tanto atores locais quanto redes externas que se deslocaram para a cidade.
Para os direitos humanos e para o controle social, os dados reforçam a necessidade de verificação individualizada de cada caso — se houve confronto legítimo ou eventuais execuções extrajudiciais.
Reações e próximos passos
Representantes de entidades de direitos humanos reforçaram que, apesar da participação de presos procurados, o elevado número de mortos exige investigação rigorosa: quem eram, sob quais circunstâncias foram mortas, se houve possibilidade de rendição ou desigualdade no uso da força.
O governo estadual declarou que a ação foi um “sucesso estratégico” no enfrentamento ao narcotráfico, mas adiantou que vai apresentar relatório técnico completo com os mandados cumpridos, armas apreendidas e a lista das vítimas identificadas.
Paralelamente, será analisada a origem interestadual dos mortos e se há responsabilização a caminho para agentes de segurança ou para criminosos que atuavam fora do estado.
Impacto para a segurança pública
Especialistas consultados afirmam que o dado dos 40 mortos vindos de fora reforça a necessidade de articulação entre estados, com bancos de dados integrados, rastreamento de mandados e maior cooperação em operações conjuntas. Também destacam que operações de tão grande escala exigem mecanismos de controle de legalidade e transparência para evitar violações de direitos fundamentais.










