Não existe uma resposta definitiva, mas é uma dúvida frequente quando homens e mulheres tornam-se pais e mães: Quando o bebê vai poder receber as primeiras visitas?
É certo que a chegada de um filho gera uma grande expectativa não só para os pais, mas para todos os familiares e amigos. Conhecê-lo logo na saída da sala de parto ou já nos primeiros dias de vida é um desejo de grande parte das pessoas próximas à família, mas deve ser decisão exclusiva do casal.
Se vocês são aquele casal com dezenas de ‘tios’ e ‘dindos’, já é bom, durante a gestação, ir preparando os ânimos mais afoitos, caso desejem resguardar a saúde da criança por alguns dias, pois tem sido motivo de desentendimento com familiares e amigos. Se você é esse ‘tio’ ou esse ‘dindo’, não force a barra.
A medicina
A médica pediatra (CRM SC 32438 – RQR 21611) Juliana Motta Sebben, tem consultório em Sombrio e diz que não existe um prazo que é recomendado (ou seguro) para aguardar até o recém-nascido poder receber visitas. “Alguns profissionais recomendam visitas após três meses de idade, após receber a primeira dose das vacinas, mas não é nada estipulado oficialmente”.
O que se sabe, segundo ela, é que os bebês não tem um sistema imune formado. “O que eles recebem de anticorpos vem do aleitamento materno e, após, com as vacinas. Portanto, uma das formas de proteger o bebê é amamentar”, ressalta.
A médica, ainda, recomenda que apenas os familiares mais próximos visitem no primeiro mês, evitando sempre muitas pessoas ao mesmo tempo. Mesmo assim, eles devem, sempre lavar as mãos ou passar álcool antes de tocar no bebê. (Na entrevista, Juliana definiu “mais próximos” como tios, avós, e mesmo assim, “os mais próximos”.) “Não tem como evitar o avô de conhecer o neto”, completou.
Mas o que vale, segundo a médica é o uso do bom senso: a qualquer sinal de doença, não visite a criança, mesmo que pareça “apenas uma tosse alérgica”, diz.
Além disso, ela diz que as primeiras semanas são muito importantes também para adaptação do novo integrante na família, para recuperação da mãe, para organização da rotina da casa, então não tem porque uma pessoa que não é “de casa” ir visitar nesse momento.
Ela ainda alerta: “Qualquer sinal de doença de bebês com menos de três meses, precisa ser avaliado por pediatra. Por mais leve que pareça, eles são muito suscetíveis. Recém-nascido, até 28 dias nunca pode ter febre. Se tem febre, um pico, já tem que consultar. Os sinais de alerta mais importantes são febre, dificuldade para respirar, ficar cansado ao mamar ou não conseguir mamar”, define.
A decisão
A gaivotense Morgana Caetano teve o pequeno Samuel no dia 21 de abril e, antes de irem para casa, fez o alerta, via story no Instagram: Por alguns dias não queriam visita. “Nem todo mundo entende, né? Acham que a gente só não quer receber visita, ou ficam chamando de gente chata, cheia de frescura. Isso ninguém me falou diretamente”, desabafa.
“São bem-vindos da família, amigos, tem aquelas pessoas, amigos que são mais do que muitos da família”, diz. “Mas tem pessoas que não têm cuidado, que não têm uma higiene. É por essas pessoas que a gente teme”, relata.
“Chata, neurótica, exagerada… não é assim. Mas é pensamento dos outros, né. Em primeiro lugar, é a saúde dele, sempre vai ser… Deus o livre! Tanta mãezinha aí perdendo os seus filhos, né?”, finaliza.
Etiqueta?
Confira abaixo, a etiqueta básica para visitas aos recém-nascidos.
- as visitas devem ser restritas aos familiares próximos, sempre com a condição de saúde averiguada. Em casos de tosse, secreção nasal, febrícula, indisposição, ou ainda se houve contato com pessoas contaminadas, a visita deve ser suspensa;
- o tempo da visita deve ser curto, de até 20 a 30 minutos, respeitando o período de descanso da mãe e do bebê;
- deve-se receber visitas em um ambiente ventilado e com tranquilidade sonora. O bebê precisa ser mantido em um ambiente calmo e seguro, como no quarto dos pais ou da criança, evitando o estresse da reunião dos adultos;
- deve-se evitar tocar na criança, exceto se as mãos e roupas estiverem higienizadas;
- o uso de álcool nas mãos e de máscaras é imprescindível, bem como não expor a criança a beijos (gotículas podem estar contaminadas por vírus). A prática desses hábitos contribui para evitar a propagação de doenças virais em geral, não somente o coronavírus;
- não introduzir chupeta na criança, exceto se ela estiver esterilizada e guardada em local seguro de contaminação; quando a família desejar que a criança use chupeta, é importante que ela seja utilizada como pacificador e retirada assim que o bebê se reorganize, pois o choro também é uma forma de comunicação; e
- disponibilizar à mãe o recolhimento para amamentação em ambiente calmo e seguro, sem a intervenção dos visitantes.
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