As entidades e órgãos que trabalham com crianças e adolescentes têm um desafio a mais atualmente. Lidar com a atração que as redes sociais exercem sobre a garotada exige paciência, conhecimento e respeito.
A coordenadora pedagógica da escola Darcy Ribeiro de Balneário Gaivota, Luciane Rosa, encontra essa situação quase todo dia.
Segundo ela, a direção da escola não proíbe que os alunos permaneçam com o aparelho celular na sala de aula, porém, tenta fazer com que o uso seja pedagógico. “O uso da tecnologia passa por ter consciência sobre esse uso. Na escola eles têm essa possibilidade. Muitos professores utilizam a tecnologia nas aulas”, diz Luciane.
Recentemente, uma briga de estudantes que ocorreu fora da Darcy Ribeiro, depois das aulas, começou com provocações nas redes sociais. Segundo a coordenadora pedagógica, o episódio foi utilizado com viés didático, visando orientar os alunos.
O conselheiro tutelar Eliton Silva, também da Gaivota, conta que já acompanhou casos em que os menores se envolveram em problemas e os pais não sabiam o que eles estavam fazendo na internet. Alguns deles fazendo bullyng com colegas e até marcando brigas através das redes. “Às vezes, nem os pais sabem que o que se faz no mundo virtual, pode ter consequências no mundo real. Eles dizem: foi só uma brincadeira. Mas não é assim”, alerta.
Outra conselheira, Cristiane Medeiros, lembra que as redes sociais podem ser boas ou ruins, dependendo do uso que se faz dela, e as crianças e adolescentes precisam receber orientação. “Cabe ao Conselho Tutelar fazer a mediação em caso de conflito”, explica.
Psicóloga do Cras de Balneário Gaivota, Elenice Klettenberg ressalta a importância do diálogo familiar, que pais e filhos conversem ‘olho no olho’. Para ela, os pais devem acompanhar o que os filhos fazem na internet, dando atenção ao que eles postam, pois as mensagens e imagens podem inclusive indicar o estado emocional dos jovens.