O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) divulgou um levantamento que aponta os municípios com os menores índices de biometria no estado. Embora Santa Catarina esteja acima da média nacional — com 87,94% do eleitorado já biometrizado, contra 87,01% no Brasil —, 95 municípios ainda estão abaixo desse percentual.
Entre os cinco piores índices de biometria de todo o estado, três são da região da AMESC: Praia Grande, São João do Sul e Jacinto Machado.
Os números na região:
Praia Grande: índice de biometria em 62,54%. Dos 6.672 eleitores, 2.499 ainda não possuem biometria;
São João do Sul: índice de 63,70%. Dos 7.203 eleitores, 2.615 ainda não coletaram os dados biométricos;
Jacinto Machado: índice de 64,62%. Dos 8.928 eleitores, 3.159 ainda não têm biometria registrada.
Com esses números, os três municípios somam mais de 8 mil eleitores sem biometria, o que representa um desafio para a Justiça Eleitoral na região Sul do estado.
De acordo com Carlos Valério Gerber Wietzikoski, coordenador de Gestão do Cadastro Eleitoral do TRE-SC, um dos principais fatores que explicam o baixo índice é a ausência de sede de cartório eleitoral nessas cidades. “São locais em que a população precisa se deslocar até outros municípios para realizar o atendimento. Por isso, o TRE-SC implementou o programa ‘Justiça Eleitoral em Movimento’, que leva serviços presenciais de cadastramento biométrico para essas localidades”, explica.
Programa leva atendimento itinerante
Desde 2023, o JE em Movimento já percorreu mais de 200 municípios catarinenses que não possuem cartório eleitoral. Somente no primeiro semestre de 2025, foram realizados 2.783 atendimentos em 22 cidades de Santa Catarina.
A expectativa é que novas ações cheguem novamente à região da AMESC nos próximos meses, reforçando o trabalho de atualização cadastral e biométrica.
Contexto estadual
O levantamento também revela que a região intermediária de Criciúma — onde estão os municípios de Praia Grande, São João do Sul e Jacinto Machado — é a que possui o maior percentual de cidades abaixo da média nacional, com 59,09% dos municípios ainda no vermelho.
Segundo o TRE-SC, os baixos índices também refletem os efeitos da pandemia da Covid-19, que suspendeu a coleta biométrica entre 2020 e 2023, impactando principalmente os jovens que tiraram o primeiro título eleitoral nesse período.
Apesar disso, o estado conseguiu elevar seu índice de biometria em 11,2% nos últimos dois anos e meio, e segue promovendo ações para alcançar o objetivo de 100% do eleitorado com dados biométricos.