Deputada federal Júlia Zanatta (PL) diz não acreditar que o Delegado-Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, será candidato a deputado estadual por seu partido ano que vem. De acordo com a parlamentar, Ulisses assumiu um compromisso com ela, no final de 2022, de não ser candidato ao parlamento estadual, ocasião em que teria solicitado o seu apoio para ser indicado para o comando da Polícia Civil catarinense. A parlamentar diz estranhar os movimentos políticos que o delegado vem fazendo, dando a entender que, de fato, irá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026. De acordo com Júlia, o PL não tem espaço para tal candidatura, pois já estaria com suas vagas de candidatos a deputado estadual no Sul do Estado preenchidas.
Em princípio, o partido deverá ter três candidatos a deputado federal e três a estadual no Sul catarinense. Os candidatos a federal serão os já deputados Daniel Freitas, Ricardo Guidi, e a própria Júlia Zanatta. Já os candidatos a estadual serão o já deputado Jessé Lopes, o advogado Guilherme Colombo, que é esposo da parlamentar, e, provavelmente, a primeira-dama de Tubarão, Grazielle de Souza Soratto.
Conforme Júlia Zanatta, se Ulisses Gabriel quiser levar um projeto de candidatura a deputado estadual a diante, terá que fazer isto por outro partido, já que no PL não haveria espaço para tal pretensão.
Trata-se, esta, de uma situação extremamente complicada de ser resolvida, na medida em que o próprio governador Jorginho Mello (PL) tem estimulado a candidatura de Ulisses Gabriel à Assembleia Legislativa. Para Júlia Zanatta, esta seria mais uma rasteira dada por seu partido em poucos meses. A primeira foi a exclusão sumária de seu nome dentre os postulantes a uma vaga ao Senado Federal pelo PL catarinense, ainda que este assunto não esteja encerrado.
O fato é que não é só no Sul do Estado que o PL conta com mais postulantes do que vagas disponíveis para candidatos a deputado estadual. O partido conta com mais de cem lideranças, com potencial para bancar uma candidatura ao parlamento estadual, mas só poderá registar 45 nomes como candidatos. Ulisses Gabriel, sem dúvidas está entre estes cem nomes. A grande questão é saber se ele vai conseguir romper as resistências internas e reservar uma das 45 vagas para si.
Aqui em nossa região, majoritariamente o PL deverá trabalhar pela candidatura do delegado, caso ela se efetive. Mais que isto, deverá trabalhar também pela candidatura à reeleição do deputado federal Ricardo Guidi, parlamentar que projeto uma dobradinha com Ulisses Gabriel, já que Daniel Freitas deverá fazer dobradinha com Jessé Lopes e Júlia Zanatta fará dobradinha, por óbvio, com Guilherme Colombo.
Finais
Pesquisa realizada pela CNT/MDA, divulgada ontem, relativa à disputa pela Presidência da República, reafirmou a liderança do presidente Lula da Silva (PT) diante do pleito nacional do ano que vem. O levantamento ouviu 2.002 pessoas entre os dias 3 e 6 deste mês, em 140 municípios de todos os Estados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com a pesquisa, em um confronto de segundo turno com Jair Bolsonaro (PL), Lula faria 45,7% dos votos, contra 37,7% do ex-presidente. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep), Lula faria 43,9% e seu adversário 37,6%. Contra Romeu Zema (Novo), que é governador de Minas Gerais, Lula faria 45% e ele 30,7%. Contra Ratinho Júnior (PSD), Lula faria 43,4% e o governador do Paraná 36,7%. Contra Ronaldo Caiado (União), que é governador de Goiás, Lula faria 44,8% e seu adversário 30,4%.
Surpreendentemente, o único candidato que ficaria empatado com Lula no segundo turno, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, é o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, que está filiado ao PDT, mas prestes a migrar para o União Brasil. Em um confronto entre os dois, na segunda etapa da eleição, Lula faria 39,4% e Ciro 36%. Nitidamente, se percebe que Lula tem boa parte de seus votos migrando para Ciro Gomes, muito provavelmente por conta do perfil de esquerda do ex-governador. Por conta disto, se deduz, também, que parte da esquerda nacional está votando em Lula por falta de melhor opção. No quesito rejeição, entre os líderes nacionais Lula e Bolsonaro rivalizam nesta pecha. O atual presidente é rejeitado por 40,2% dos eleitores brasileiros e o ex-presidente por 40,1%. Já entre os presidenciáveis, a menor rejeição é a de Tarcísio de Freitas, com 2,2%.