Prefeito de Santa Rosa do Sul, Almides da Rosa (PSDB), assumirá o comando da Amesc, a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense, na próxima sexta-feira, 24. Ele já é o presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amesc, órgão responsável por intermediar compra de medicamentos, assim como serviços médicos, laboratoriais e hospitalares, em grande demanda, com o objetivo de reduzir custos para as prefeituras de nossa região.
Há vários anos a Amesc vem escolhendo seu presidente através de consenso entre os partidos em que eles estão filiados. Basicamente, a cada mandato, os quatro partidos que mais elegeram prefeitos na região ocupam, cada qual, um ano da presidência da entidade. A indicação de quem vai ser o presidente em determinado ano cabe ao partido. Em 2023, a indicação coube ao PSDB, que, além de Almides, também conta com a filiação do prefeito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos. Em um consenso entre ambos, Almides aceitou assumir o comando da entidade.
A nova presidência que tomará posse nesta sexta-feira terá uma responsabilidade redobrada. É que a Amesc tem a responsabilidade da representar as prefeituras em nível regional junto ao Governo do Estado e também junto ao Governo Federal. No que diz respeito ao Governo do Estado, as demandas nunca foram tão grandes. É que o ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) deixou pendente uma série de situações que precisam ser equacionadas com urgência, a exemplo das obras da ponte sobre o rio Araranguá, no distrito de Hercílio Luz, a pavimentação da Caminhos do Mar, em Gaivota, a pavimentação da SC 108, entre Jacinto Machado e Praia Grande, e a pavimentação da Serra do Faxinal, em Praia Grande. Tudo encaminhado, em boa parte licitado, mas nada concluído.
O problema é que o governador Jorginho Mello (PL) já sentenciou que pretende rever todos os contratos em andamento no Estado, o que significa dizer: obras paralisadas. A ação a esta reação governamental, por óbvio, será a tentativa de convencimento da continuidade imediata do que foi pactuado, o que exigirá, por óbvio, muita pressão da Amesc, e, especialmente, de Almides.
Entraves envolvendo obras são bem graves
O problema que acomete as obras anunciadas pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva em nossa região são bem mais graves do que se possa imaginar. O projeto da ponte sobre o rio Araranguá, por exemplo, foi feito de forma equivocada. O aditivo para viabilizar o projeto precisará do aval do Tribunal de Contas do Estado. Basicamente, se calculou um custo para a obra, e o custo é bem outro. Erro crasso da ex-gestão estadual. Em relação às obras rodoviárias, Jorginho Mello tem feito vários questionamentos Santa Catarina a fora, querendo saber por que em tal lugar o quilometro do asfalto foi licitado ao custo de R$ 2 milhões, e em outro, com as mesmas características, o custo é de R$ 4 milhões. Por aí já dá de perceber que o pente fino nas contas do Estado não será pequeno.
Moisés se isolou e agora prefeitos pagam o pato
O grande problema do ex-governador Carlos Moises da Silva é que no primeiro ano de seu governo, em 2019, ele se isolou completamente. Enclausurado, se afastou do meio político. Em 2020, a panela de pressão estourou, culminando com dois processos de impeachment, que, por óbvio, só existiram justamente por conta de seu isolamento. Em 2021 ele conseguiu arrumar a casa, depois de entregar praticamente todo o governo “às nações amigas”, mas, por outro lado, ficou sem tempo para gerir o Estado com eficácia. Por conta disto acabou inaugurando um modelo de gestão baseado no toque de caixa, aos atropelos, focado nas demandas, não nos projetos. Quis viabilizar sua reeleição na marra, sem lastro, na base do toma lá, da cá imediato. No fim das contas, nada deu certo, o que incluiu as próprias promessas de recursos astronômicos para as prefeituras.