O deputado federal Luiz Fernando Vampiro (MDB), tem se visto cada vez mais entre a cruz e a espada, diante do pleito eleitoral do ano que vem. Diante de um cenário polvilhado de candidatos a deputado federal, com vários deles buscando à reeleição, o parlamentar já não descarta a possibilidade de concorrer novamente à Assembleia Legislativa, cuja fila de pretendentes também não é pequena no Sul do Estado.
Em uma disputa pela Câmara Federal, Vampiro bateria de frente com os já deputados federais criciumenses Júlia Zanatta (PL), Daniel Freitas (PL), Ricardo Guidi (PL) e Geovania de Sá (PSDB). Afora estes, é preciso levar em conta que os atuais deputados estaduais Julio Garcia (PSD) e José Milton Scheffer (PP) também serão candidatos a federal. Ainda que em uma escala bem menor, Vampiro também perde votos para Geovana Mondardo (PCdoB), que só em Criciúma emplacou mais de 10 mil votos na busca de uma cadeira pela Câmara Federal, em 2020. De quebra, o ex-deputado federal emedebista, Edinho Bez, também tem se dito disposto a concorrer à Câmara Federal no ano que vem.
Trata-se, obviamente, de um quadro bastante complicado e sem perspectivas de reversão. Por conta disto, para Vampiro, o caminho mais curto para se manter no poder seria uma nova disputa para a Assembleia Legislativa. O problema é que os caminhos que levam ao parlamento estadual estão tão congestionados quanto os que levam ao parlamento federal. Dentro do MDB, com quem Vampiro precisaria disputar o voto primário, já estão postas as candidaturas do deputado estadual Tiago Zilli, do ex-prefeito de Orleans, Jorge Koch, e da ex-deputada Ada de Luca. É preciso levar em conta, ainda, que o MDB da região de Tubarão também lançará um candidato a deputado estadual.
Mas nem só de MDB do Sul do Estado viverá a disputa pela Assembleia Legislativa ano que vem. Várias outras candidaturas, oriundas de outras legendas, também irão congestionar a briga por uma cadeira de deputado estadual, o que diminui sensivelmente as chances de todos os postulantes. Neste sentido, a lista não é pequena, e já começa pelo PSD de Criciúma, que lançará Arleu da Silveira como candidato a deputado estadual, candidatura esta que bate em cima das pretensões de Vampiro. O próprio Ricardo Guidi não descarta a possibilidade de disputar a Assembleia Legislativa ano que vem. A eles se somam os já deputados Jessé Lopes (PL) e Rodrigo Minotto (PDT), Acélio Casagrande, Arlindo Rocha (PT), e por aí afora.
Como se vê, seja para qual lado Vampiro correr, o terreno é pantanoso. De todo modo, uma disputa a estadual pelo MDB ainda é o menos ruim dos cenários.
FINAIS
Deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD) já sentenciou que seu partido só terá dois candidatos ao parlamento estadual, no Sul do Estado, na eleição do ano que vem. Um será o ex-vereador de Criciúma, Arleu da Silveira, homem de confiança do ex-prefeito Clésio Salvaro (PSD). O outro será o ex-prefeito de Braço do Norte, Beto Kürter. Por sua vez, Julio disputará a Câmara Federal. Em princípio, a movimentação que tenta emplacar o empresário araranguaense Guilherme May como candidato a deputado estadual pelo PSD não deve vingar. O fato é que há um acordo entre Julio Garcia e o Progressistas da região da Amesc, dando conta que o PSD não lançará candidatos aqui no Extremo Sul. Em troca, Julio quer o apoio do partido à candidatura de João Rodrigues ao Governo do Estado. O União Brasil, que é aliado do Progressistas em uma federação, também está arrolado nos fatos.
O presidente Lula da Silva (PT) tem sofrido sucessivas derrotas no Congresso Nacional. Nos últimos dois meses, nada que é importante para o governo passa na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal. O mais interessante é que, com exceção do PL, os partidos que mais têm cargos no governo são os que mais votam contra o governo. Notadamente, Lula já perdeu o controle da situação. O Centrão, base de sua gestão, composto por MDB, PSD, União Brasil, Progressistas e Republicanos, vem agindo na base do bate e assopra. Tais partidos comandam mais da metade dos ministérios e secretarias de nacionais do governo Lula, mas não atendem às reivindicações do Palácio do Planalto. A esquerda do PT fala em radicalizar, o que passaria por um rompimento com o Centrão e por um realinhamento na gestão federal. Tal medida só agravaria ainda mais a situação. O fato é que Lula tem poder mais não governa.