A pesquisa do Instituto Real Time Big Data, contratada pela Rede Record, que mostra uma franca vantagem do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), na disputa por uma vaga ao Senado por Santa Catarina, acendeu o sinal de alerta no grupo político do governador Jorginho Mello (PL). O levantamento, que foi realizado entre os dias 2 e 3 deste mês, mostra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro com 45% das intenções de votos dos catarinenses, contra 33% de Carol de Toni (PL) e 21% de Esperidião Amin (PP).
Tratam-se de números para lá de perigosos para Jorginho Mello, que praticamente fica sem argumentos para convencer a família Bolsonaro a não lançar Carlos Bolsonaro como candidato a senador por Santa Catarina. Com isto definido, sobra apenas uma vaga para que Jorginho tente construir uma coligação em seu entorno sem grandes rupturas. A tarefa, no entanto, não é nada fácil.
Esta segunda vaga teria que ser endereçada à deputada Carol de Toni ou ao já senador Esperidião Amin. É claro que o governador prefere Amin, o que lhe garantiria o apoio da federação União Progressistas, que hoje conta com seis deputados estaduais, um federal, um senador, e também deverá receber em março a adesão do deputado Vicente Caropreso no parlamento estadual.
A grande questão é convencer Carol de Toni a abrir mão de seu projeto de chegar ao Senado, que, aliás, foi fomentado pelo próprio governador. Observe que mesmo em um cenário com Carlos Bolsonaro como candidato Carol também se elegeria senadora. Em um segundo cenário levantado pelo Instituto Big Data, sem a presença Carlos, Carol de Toni lidera a disputa por uma vaga ao Senado por Santa Catarina. Ou seja, com ou sem Carlos Bolsonaro, os números mostram que ela seria eleita senadora. É diante de um cenário como este que Jorginho Mello teria que tentar convencê-la a não concorrer ao Senado, abrindo-se com isto uma vaga para que Esperidião Amin disputasse a sua reeleição pela coligação do governador.
É claro que Jorginho pode simplesmente deixar o fluxo político seguir seu curso normal, o que levaria o PL catarinense a homologar as candidaturas de Carlos Bolsonaro e Carol de Toni ao Senado. A grande questão é que isto fatalmente iria colocar a federação União Progressista no palanque de oposição a Jorginho Mello. Isto, no entanto, também está condicionado ao cenário eleitoral em nível nacional. Caso o União Progressista coligue com o PL na disputa pela Presidência da República, isto amarraria Amin à candidatura de Jorginho. O senador poderia, sim, disputar o Senado pelo Progressistas, mesmo aliado ao PL, mas as candidaturas de Carlos Bolsonaro e de Carol de Toni muito provavelmente suplantariam a sua. Por conta disto, o mais provável é que Amin disputasse a Câmara Federal.
Por outro lado, se o União Progressista bancar a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência, Jorginho teria muitos motivos para se preocupar, pois provavelmente o grupo do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que atualmente está filiado no PSD, iria se irmanar ao grupo de Esperidião Amin para tentar conquistar o governo estadual.
A grande verdade é que se Carlos Bolsonaro sumir do mapa, Jorginho Mello estará com a faca e o queijo nas mãos. Do contrário, ele já terá que começar a contar com a sorte.
Em relação a pesquisa, ela foi realizada com 1.200 eleitores, com margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.
Finais
Nem PSD e nem MDB. O futuro político da deputada federal Geovânia de Sá, que atualmente está filiada no PSDB, pode passar mesmo é pelo Republicanos, do deputado federal Jorge Goetten. Os indicativos de que ela deverá migrar para a legenda em março do ano que vem começaram a se avolumar, muito por conta de sua aproximação com o governador Jorginho Mello. Como se sabe, o Republicanos em Santa Catarina nada mais é do que um puxadinho do PL do governador. O partido tem o perfil de Geovânia: é de direita e ligado ao meio evangélico. A possível migração da deputada para o Republicanos, no entanto, marcará o fim de anos de parceria com o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), desafeto declarado de Jorginho Mello. A parlamentar, por sua vez, não tem muito o que fazer. Todas as demais legendas estão obstruídas por uma ou outra questão. Sua permanência no PSDB também está descartada, pois o partido entrou em franca bancarrota.
Prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini (PP), diz estar bastante empolgado com sua pré-candidatura a deputado estadual. De acordo com ele, o Progressistas de toda região da Amesc está unido em torno do projeto, e convicto da necessidade de manter a cadeira que pertence hoje ao deputado José Milton Scheffer a disposição do partido na Assembleia Legislativa. Evandro e Zé Milton, que irá disputar a Câmara Federal, já se reuniram com os principais líderes do Progressistas de todos os municípios de nossa região, e em todas as reuniões ficou firmado o compromisso de se trabalhar pela dobradinha. Em nível regional, o Progressistas nutre a expectativa de emplacar pelo menos 30 mil votos para Zé Milton e Evandro. A projeção é que em nível estadual Zé Milton ultrapasse os 90 mil votos e que Evandro ultrapasse os 36 mil votos. No início de abril do ano que vem o prefeito deverá renunciar seu mandato para se dedicar exclusivamente a sua pré-campanha.