O União Brasil e o Progressistas oficializaram ontem, em Brasília, a criação da federação União Progressista, que congregará as duas legendas pelos próximos quatro anos. Isto significa que os dois partidos disputarão pelo menos a eleição de 2026 e 2028 unidos. O União Progressistas nasce como a maior força política dentro do Congresso Nacional, na medida em que conta com 109 deputados federais e 14 senadores. A federação também detém a filiação de seis governadores, 1.335 prefeitos e de 12 mil vereadores.
Em nível federal, o União Progressistas será presidido de forma conjunta pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e pelo presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira. Já em Santa Catarina, a presidência ainda não foi definida e poderá ser exercida pelo deputado federal Fábio Schiochet, que também é o presidente estadual do União Brasil, ou pelo ex-deputado federal Leodegar Tiscoski, que é o presidente estadual do Progressistas. Esta escolha deverá ser objeto de um encontro entre as cúpulas dos dois partidos. No Estado, a federação conta com a filiação de seis deputados estaduais, dentre eles José Milton Scheffer, do próprio Schiochet, enquanto deputado federal, e também do senador Esperidião Amin.
De acordo com Leodegar Tiscoski, a meta número um do União Progressistas para 2026 é assegurar uma vaga, com viabilidade eleitoral, para que Amin dispute a reeleição. Quaisquer tratativas ligadas a coligações só serão iniciadas com outros partidos a partir deste pressuposto.
Em princípio, o caminho mais fácil para o União Progressistas atingir seu objetivo inicial é se aliando ao projeto do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que ainda conta com amplo espaço majoritária a disposição de futuros aliados. Todavia, o União Progressistas, em nível nacional, nasceu francamente disposto a apoiar um projeto oposicionista ao presidente Lula da Silva (PT), e, por conseguinte, ligado ao movimento bolsonarista. Mesmo movimento que pautará a candidatura à reeleição do governador Jorginho Mello (PL).
Esperidião Amin, por óbvio, tem preferência por uma aliança com Jorginho Mello, pois deste modo estaria chancelado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um Estado francamente bolsonarista. O problema é que os partidos já aliados do governador contam com um rosário descomunal de pré-candidatos ao Senado, o que dificulta uma tratativa aberta a respeito deste assunto. Já no que diz respeito ao projeto de João Rodrigues, o União Progressistas poderia dar as cartas do jogo, ajudando a mapear, até mesmo, as demais candidaturas legislativas desta possível aliança, além de possivelmente poder indicar duas das quatro vagas majoritárias.
As atenções ficam voltadas, agora, principalmente para o movimento que Jorginho Mello fará daqui para adiante. Antes de qualquer coisa é preciso saber se ele tem reais pretensões de ter o PSD como seu vice, o que desmontaria a pré-candidatura de João Rodrigues. O governador também precisa definir a questão da segunda candidatura ao Senado por sua coligação. Afora isto, precisa definir se o MDB terá ou não espaço majoritário no seu grupo. Estas situações são predicativas para que o cenário político em Santa Catarina possa começar a clarear com vista à 2026.
Finais
Vereador Rafael dos Santos Silva, o Rafa Enfermeiro, que deixou recentemente a presidência da Câmara Municipal de Sombrio, voltará a assumir a Secretaria Municipal de Saúde a partir do próximo dia 1º de setembro. O suplente de vereador Eduardo Cândido (PL), filho do ex-vice-prefeito Jair de Souza Cândido, assumirá sua cadeira do legislativo. O movimento visa fortalecer o PL sombriense, que mantém suas vagas na Câmara Municipal e ainda passa a ocupar mais uma secretaria. Quem também está disposto a voltar a ocupar uma Secretaria Municipal é o vereador Jonas Dávila (MDB), atual presidente do legislativo. Ele já foi secretário de Obras e Agricultura de Sombrio, mas também poderá ser aproveitado para uma outra pasta quando se encerrar seu mandato de presidente, em março do ano que vem. Interessante observar que Rafa e Jonas, nesta ordem, são cotados para uma dobradinha majoritária em 2028.
Ex-prefeito de Braço do Norte, Beto Kurter, que é um dos dois pré-candidatos do PSD à Assembleia Legislativa lançados até agora, foi alvo da sexta fase da Operação Mensageiro, no dia de ontem. A Operação está sob a responsabilidade do Gaeco, órgão que é ligado diretamente ao Ministério Público. Até poucas semanas, Beto era assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD). A Operação Mensageiro investiga desde 2022 um esquema de corrupção ligado a coleta de lixo, distribuição de água, e iluminação pública. Em princípio, diversos prefeitos de Santa Catarina recebiam propina para que apenas algumas empresas ganhassem as licitações ligadas a estes setores. Dezessete prefeitos já foram presos desde então. Por enquanto, Beto é apenas um investigado. Caso a investigação evolua a seu desfavor, provavelmente o PSD indicará outro candidato a Assembleia em seu lugar, no Sul do Estado.