Após participar de um evento social, em Tubarão, na sexta-feira à noite, governador Jorginho Mello (PL) concedeu entrevista à imprensa regional, ocasião em que afirmou que a candidatura de vice-governador, ou vice-governadora, em sua chapa, nas eleições do ano que vem, já está reservada ao MDB. Na ocasião ele voltou a enfatizar que o PL só terá um candidato ao Senado, e que esta candidatura está reservada ao vereador carioca Carlos Bolsonaro, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Instigado a falar mais sobre o assunto relacionado ao MDB, o governador disse que é muito cedo para especulações. Questionado sobre a possível candidatura da deputada federal Carol de Toni (PL) como sua vice, Jorginho fez questão de ser didático, ressaltando que a vaga de vice será de um emedebista. Em princípio, deixou a entender que quem decidirá quem será este candidato ou candidata é o MDB. O governador nem chegou a ventilar a possibilidade de Carol migrar para o partido para compor com ele na eleição estadual.
A bem da verdade uma articulação como esta dificilmente daria certo. A fila de pretendentes a vice de Jorginho no MDB não é pequena, e dela já se ressaltam, de imediato, os deputados federais Carlos Chiodini e Valdir Cobalchini. Há de se considerar, também, a possibilidade de que o deputado estadual Antídio Lunelli demonstre interesse para a vaga, ou que a senadora Ivete Appel da Silveira se coloque, mais uma vez, a disposição do partido. Depois deles, todos os demais gatos são pardos, e não se pode descartar a possibilidade, até mesmo, que algum político mais a esquerda do partido seja convidado para compor com Jorginho, de modo a evitar uma migração de votos muito robusta para a candidatura a governador de João Rodrigues (PSD).
Nos alfarrábios de Jorginho Mello sua chapa majoritária já está montada. Ele como candidato a reeleição, o MDB como vice, e Carlos Bolsonaro e Esperidião Amin (PP) concorrendo ao Senado. Para segurar Amin ao Senado, muito provavelmente o governador irá tentar convencer Carol de Toni a disputar a reeleição, se integrando, em 2027, a sua equipe de governo, para se projetar para 2030 a uma vaga majoritária.
Finais
Ainda que o governador Jorginho Mello tenha dito que seu partido só terá um candidato ao Senado Federal no ano que vem, Carlos Bolsonaro e Carol de Toni estão se fazendo de desentendidos em relação a este assunto. Por onde passam se declaram candidatos ao Senado e ressaltam sua fidelidade ao PL. Carlos já chegou a dizer que não tem o menor sentido Carol de Toni deixar o partido para disputar o cargo de senadora, como os defensores mais ferrenhos dela já propuseram. No embalo, o vereador tem reafirmado que a dobradinha com Carol já está fechada. De fato, quem manda no PL “em” Santa Catarina é Jorginho Mello, mas quem manda no PL “de” Santa Catarina é o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Carlos Bolsonaro. Nada impede que um canetaço lá de cima imponha a candidatura de Carlos e Carol, assim como já foi feito em relação a Jorge Seif em 2022.
Presidente estadual do PT catarinense, deputado Fabiano da Luz, não descarta a possibilidade de discutir internamente uma candidatura sua ao Governo do Estado ano que vem. Ele ressalta, no entanto, que um projeto deste calibre passa antes pela velha guarda do partido, que teria prioridade em uma disputa majoritária. Em princípio, o ex-deputado federal e atual presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, está direcionando seu futuro político para uma candidatura ao Senado. Ainda assim, Fabiano ressalta que nomes como o do deputado federal Pedro Uczai, e dos deputados estaduais Neldi Saretta e Luciane Carminatti têm preferência em uma disputa majoritária por conta do tempo de militância e acúmulo de mandatos no PT. Conforme o presidente do partido, somente depois que tais lideranças declinarem de um projeto ao governo é que se poderá cogitar outros nomes, como o dele, para uma disputa deste quilate.