O voto na legenda nos partidos foi um tiro no pé nesta eleição. Pelas novas regras eleitorais, para aproveitar as chamadas sobras de votos, o candidato precisaria atingir pelo menos 20% da votação do cociente eleitoral. Na disputa pela Assembleia Legislativa, por exemplo, o quociente eleitoral em Santa Catarina foi de 100 mil votos. Isto significa que a cada 100 mil votos nos candidatos ou na legenda do partido, uma vaga era aberta na Assembleia para aquela sigla. O cálculo do quociente é bastante simples. Pega-se a quantidade de votos válidos para determinado cargo político e se divide este pelo número de cadeiras disputadas. No caso de nosso Estado, tivemos cerca de 4 milhões de votos válidos para deputado estadual, e eram disputadas 40 vagas. Então, basta dividir os 4 milhões de votos pelas 40 vagas que teremos o quociente eleitoral de 100 mil votos.
No que diz respeito ao aproveitamento das sobras, o candidato tem que obter pelo menos 20% dos votos do quociente eleitoral. Neste caso, ele teria que fazer pelo menos 20 mil votos pessoais para se beneficiar das sobras. Ao votar na legenda, o eleitor até ajuda seu partido no que diz respeito a distribuição das primeiras vagas, mas para as últimas este tipo de voto é perdido. Isto porque, o voto na legenda não pode ser utilizado, por exemplo, para aquele candidato que fez 19.900 votos. Pessoalmente, ele precisaria ter feito 20 mil. Mesmo que o partido tivesse feito 50 mil votos na legenda, nada disto poderia ser agregado diretamente à votação dos menos votados.
Vale lembrar que a distribuição de vagas pelas sobras não enquadra partidos que ultrapassem, no conjunto de seus candidatos e também legenda, o quociente eleitoral. Em Santa Catarina, por exemplo, o Partido Novo elegeu Matheus Cadorin, como deputado estadual, com apenas 12.300 votos. O conjunto de candidatos do partido, somando aos votos na legenda deste, no entanto, ultrapassou os 130 mil votos. É necessário, todavia, que o candidato faça pelo menos 10% dos votos do quociente eleitoral em uma situação como esta. Neste caso, se Matheus tivesse feito 10 mil votos, ele ainda se elegeria.
Bolsonaro quer diminuir abstenção em SC
Presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na terça-feira em Balneário Camboriú, ocasião em que se reuniu com mais de 230 prefeitos e vices, políticos eleitos e também com o senador Jorginho Mello (PL), que disputa o Governo do Estado neste segundo turno. O objetivo de Bolsonaro foi um só: conclamar os líderes políticos simpatizantes a ele para que trabalhem para que Santa Catarina diminua sua abstenção eleitoral nesta segunda etapa da eleição. Pouco mais de 1 milhão de catarinenses não forma votar no primeiro turno. Os bolsonaristas acreditam que 70% do eleitorado de Santa Catarina votará no presidente no segundo turno. Sendo assim, se a abstenção cair de 1 milhão para 700 mil eleitores, por exemplo, Bolsonaro ganharia mais 210 mil votos no Estado. A estratégia tem se repetido em todos os Estados onde Bolsonaro venceu no primeiro turno.
SC continuará tendo uma vice-governadora
Santa Catarina continuará tendo uma mulher na vice-governadoria. Atualmente, quem ocupa esta função é Daniela Reinehr (PL), de Maravilha, que foi eleita deputada federal no último dia 2 de Outubro. Todavia, ganhe quem ganhar o segundo turno em nosso Estado, uma mulher continuará na função. O senador Jorginho Mello (PL), candidato ao governo mais votado no primeiro turno em nosso Estado, tem como candidata a vice a delegada Marilisa Boehm (PL), que é de Joinville. Já o segundo colocado na disputa, o ex-deputado federal Décio Lima (PT), tem como sua candidata a vice a microempresária Bia Vargas (PSB), de Içara. O perfil de ambas é bastante distinto. Marilisia, por conta da profissão, durante a campanha tem enfatizado muito questões ligadas a segurança. Já Bia é focada no Social.