A afirmação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, dando conta de que não disputará a Presidência da República, não tem sido levada a sério pela tropa de choque do presidente Lula da Silva (PT), e tampouco por ele próprio. Lula vai ainda mais longe, e aposta que Tarcísio será candidato ao Palácio do Planalto tendo como companheira de chapa a ex-primeira dama Michele Bolsonaro, que é a atual presidente do PL Mulher nacional.
Para o grupo político que comanda o Governo Federal, figuras como os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), não teriam o potencial necessário para congregar a direita nacional, e muito menos o setor empresarial, principal interessado na vitória da direita em uma disputa presidencial.
Dentre as pré-candidaturas da direita ao Palácio do Planalto, de fato há postulantes que não irão mais longe do que seu próprio Estado, mas isto, em princípio, se restringe aos nomes de Romeu Zema e Ronaldo Caiado. No que diz respeito a Ratinho Júnior, suas chances de encabeçar, ou compor uma chapa majoritária nacional são bastante grandes. Vale lembrar que o presidente nacional do PSD é Gilberto Kassab, secretário estadual de Governo de Tarcísio de Freitas, é figura com amplo acesso ao meio empresarial de todo o país. O próprio Kassab já afirmou, de forma reiterada, que caso Tarcísio de Freitas não seja candidato à Presidência, Ratinho Júnior o será. O projeto seria o mesmo, no entanto, com candidatos distintos.
Este cenário dúbio, no entanto, sugere a entrada em campo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que mesmo com todas as mazelas que o acometem, exerce uma fortíssima influência na direita nacional. É claro que Bolsonaro prefere um dos seus como candidato a presidente, mas nem sua esposa, nem seus filhos, reúnem os atributos necessários para uma disputa desta magnitude. O deputado paulista Eduardo Bolsonaro (PL) é aquele que estaria mais próximo de viabilizar um projeto como este, mas sua ida para os Estados Unidos, e as articulações feitas em detrimento dos interesses do setor empresarial brasileiro, acabaram sepultando quaisquer chances de vencer uma disputa presidencial.
Para Jair Bolsonaro, o que resta, de fato, é apostar suas fichas em Tarcísio de Freitas ou em Ratinho Júnior. Por questões óbvias, sua preferência é por Tarcísio, que foi seu ministro dos Transportes, e, como ele, é oficial dos Agulhas Negras. A linguagem e os propósitos militares os unem. Mas se teria o apoio de Bolsonaro, e a afinidade é tão grande, por que Tarcísio de Freitas disse que não será candidato a presidente? Simplesmente por uma questão de estratégia política. O fato é que manter-se como candidato nacional durante um ano é também se expor abertamente a todo tipo de crítica em igual período. É justamente por isto que Tarcísio só deverá ser anunciado oficialmente como o candidato da direita a Presidência da República em março do ano que vem, quando migrar do Republicanos para o PL, para levar tal projeto adiante. No embalo, Michele Bolsonaro deverá ser anunciada como sua candidata a vice, como preveem Lula e seu grupo político.
Finais
MDB catarinense irá realizar no próximo dia 25 um encontro estadual, em Balneário Camboriú, cujo objetivo é apresentar todos os pré-candidatos do partido a deputado estadual e federal. Atualmente, a legenda conta com seis deputados estaduais e três federais, e pretende, no mínimo, assegurar estas cadeiras através das eleições de 2026. O partido também detém a filiação de 70 prefeitos, 59 vices, e 741 vereadores.
No que diz respeito a eleição majoritária estadual, a expectativa mínima está ligada a indicação do candidato a vice do governador Jorginho Mello (PL). Em princípio, o nome para esta vaga é o do deputado federal licenciado, Carlos Chiodini, atual secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, ou o da senadora Ivete Appel da Silveira. Há também especulações dando conta que a deputada federal Carol de Toni poderia migrar do PL para o MDB para concorrer como vice de Jorginho Mello.
Progressistas de Santa Catarina já admite a possibilidade de o senador Esperidião Amin disputar a Câmara Federal, ao invés de tentar a reeleição ano que vem. Isto por conta das pré-candidaturas ao Senado já anunciadas por Carlos Bolsonaro (PL) e Carol de Toni, que está filiada ao PL mas que poderá mudar de partido para viabilizar seu projeto. Caso Carol não se encaixe como vice de Jorginho Mello, Amin, muito provavelmente buscará se manter em Brasília através de uma cadeira na Câmara dos Deputados. Esta possibilidade é avaliada com apreensão pelo gabinete do deputado estadual José Milton Scheffer (PP), que também disputará a Câmara Federal ano que vem. O fato é que Amin pode abrir vaga para um candidato a deputado federal que não se elegeria, através de uma super votação, ou tirar a vaga de alguém que se elegeria, caso sua votação não seja tão expressiva como se imagina que será.