Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) vive um dilema e tanto diante de seu projeto de tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. Na eleição de 2022 seu partido não conseguiu fazer legenda para emplacar um deputado federal, no entanto, se o próprio Zé Milton tivesse disputado a Câmara Federal naquele pleito, seus 56.585 votos seriam suficientes para assegurar uma cadeira ao Progressistas, com o próprio deputado se elegendo para a vaga.
Teoricamente, se supõe, então, que com Zé Milton disputando a Câmara Federal ano que vem, o Progressistas terá votos suficientes para eleger um deputado federal. Convém lembrar, no entanto, que o partido está federado ao União Brasil, através da federação União Progressista. Na eleição passada o União Brasil reelegeu o deputado federal Fábio Schiochet, e se supõe, então, que o partido também consiga legenda para assegurar mais um mandato para ele no ano que vem.
Em princípio, em que pese o fato de os votos dos candidatos de uma federação serem compartilhados através da mesma legenda, tudo se encaminha para que a federação União Progressista consiga eleger, para a Câmara Federal, Zé Milton e Fábio Schiochet. A abertura de uma terceira vaga para a federação seria algo muito difícil, por conta dos projetos dos demais partidos e federações. Observe que para conquistar esta cadeira que não tem na Câmara Federal, o Progressistas já terá que desalojar algum deputado que já está lá encastelado. Por conta disto, tirar dois deputados, para colocar outros dois novos, seria quase impossível, diante da sabida realidade da política nacional.
Tudo estaria relativamente tranquilo para Zé Milton e para Schiochet, não fosse uma variável que precisa ser levada seriamente em conta, e que responde pelo nome de Esperidião Amin (PP). O fato é que o atual senador está em uma verdadeira sinuca de bico diante de seu projeto de reeleição. Com as já anunciadas candidaturas ao Senado, por Santa Catarina, do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), e da deputada federal Carol de Toni, provavelmente pelo Novo, as chances de Amin conquistar a reeleição diminuíram sensivelmente. Se Carlos, ou Carol, não desistirem de disputar o Senado, Esperidião Amin poderá considerar seriamente a possibilidade de disputar a Câmara Federal. Por conta de seu histórico eleitoral, muito provavelmente Amin acabaria sendo o candidato mais votado da federação União Progressista, que ainda elegeria um segundo deputado federal. A grande questão é saber se este segundo candidato seria Zé Milton, ou Fábio Schiochet.
Finais
- Em um cenário como este, o risco de Zé Milton parece ser maior porque ele irá disputar espaço interno, dentro de seu partido, com Esperidião Amin, o que tende a puxar sua votação para baixo. Já Fábio Schiochet tende a ampliar a votação que fez em 2022, por já ser deputado. Schiochet, no entanto, não se mostrou um candidato bom de urna na eleição passada. Mesmo com mandato ficou na 16ª colocação entre os 16 deputados federais eleitos por Santa Catarina, conquistando apenas 51.824 votos. De todo modo, o fator Esperidião Amin, em uma eleição à Câmara Federal, poderá transformar a disputa interna dentro da federação União Progressista uma verdadeira roleta-russa. Não à toa, a torcida de Zé Milton e de Schiochet é para que Amin consiga se encaixar como candidato ao Senado novamente, deixando livre o caminho para que ambos construam suas candidaturas a federal com reais chances de eleição.
- Processo de cassação contra o vereador sombriense Jucimar Custódio, o Bujão (PSDB), que tramitava no Tribunal Regional Eleitoral, em Florianópolis, foi apreciado ontem. Na Justiça Eleitoral da Comarca de Sombrio os mandatos de Bujão, e de todos os demais suplentes de vereador da federação PSDB/Cidadania, foram cassados, por supostas irregularidades no preenchimento de requisitos legais para se cumprir a destinação de 30% das vagas legislativas para o gênero feminino. O advogado de Bujão insistiu na tese da probidade, alegando lisura no processo de preenchimento das candidaturas. O TRE, no entanto, decidiu pela nulidade do processo em primeira instância, e o remeterá de volta para a Justiça Eleitoral da Comarca de Sombrio. Provavelmente o Ministério Público Eleitoral irá iniciar novamente sua tramitação. No fim das contas, Bujão não perdeu o processo, mas também não ganhou. O fato é que a situação apenas voltou a estaca zero, mas, de todo modo, ele não corre o risco eminente de ser afastado do legislativo municipal.











