Nas eleições municipais deste ano, o PSD despontou como o partido que mais elegeu prefeitos no Brasil, alcançando o comando de 878 prefeituras em todo o país a partir de janeiro. O partido, que tem consolidado sua presença em diversas regiões, vem demonstrando força política tanto nos grandes centros urbanos quanto nos municípios menores, garantindo sua liderança no cenário nacional.
Logo em seguida, o MDB elegeu 847 prefeitos, mantendo sua tradição de ser uma das principais forças políticas no país. Com um histórico de capilaridade em regiões estratégicas, o MDB reafirmou seu papel de destaque, especialmente no interior do país, onde mantém bases eleitorais bastante sólidas. Nos grandes centros, no entanto, o partido já não convence mais.
O Progressistas, com 743 prefeitos eleitos, garantiu a terceira posição entre os partidos que mais elegeram prefeitos no Brasil. A legenda tem ampliado sua atuação, principalmente no Sul e Centro-Oeste, onde obteve resultados expressivos.
Em quarto lugar, o União Brasil, resultado da fusão entre Democratas e PSL, elegeu 578 prefeitos, confirmando sua relevância no atual cenário político, especialmente com a estrutura herdada dos antigos partidos que conceberam sua criação.
O PL, que emergiu com força nas últimas eleições nacionais sob a égide bolsonarista, obteve 510 prefeituras, se consolidando como uma potência em ascensão no Brasil. O partido se destaca pela capacidade de mobilizar bases conservadoras e tem ampliado sua votação em todo território nacional, mas especialmente no Sul, Centro-Oeste e Norte do país.
Os Republicanos, partido que também se alinhou à retórica conservadora, elegeu 430 prefeitos, sendo a sexta agremiação com mais chefes de executivos municipais eleitos neste ano no país. Sua estratégia de expansão, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, tem se mostrado bastante eficaz.
O PSB, com 309 prefeitos eleitos, ocupa um a sétima posição, reforçando sua tradição de centro-esquerda em municípios-chave, especialmente nos Estados do Nordeste. Apesar de sua queda em algumas regiões, o partido ainda mantém influência relevante em Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará.
O PSDB, com 269 prefeitos eleitos, enfrenta um declínio em comparação com as eleições anteriores, mas ainda possui presença significativa em cidades importantes do país, especialmente no Sudeste, com destaque para o Estado de São Paulo. O partido, que já foi protagonista em disputas nacionais, busca agora se reestruturar, para, pelo menos, manter um eleitorado cativo que há anos o acompanha.
O PT, com 248 prefeituras conquistadas, teve desempenho modesto neste ano, mas continua sendo uma força de esquerda relevante, sobretudo no Nordeste, onde mantém forte vínculo com movimentos sociais e sindicatos.
Por fim, na décima colocação, o PDT, com 148 prefeitos eleitos, também segue na luta para manter relevância em meio à disputa política nacional, defendendo o pensamento de esquerda. O partido, no entanto, ainda é muito regionalista. Um terço dos prefeitos eleitos pela legenda estão apenas no Rio Grande do Sul.
Finais
- Derrotado na disputa eleitoral pelo comando da Prefeitura de Criciúma, o deputado federal Ricardo Guidi agora está entre a cruz e a espada. O fato é que ele deixou o PSD e se filiou ao PL para concorrer ao executivo municipal criciumense, rezando fora da cartilha da lei de fidelidade partidária. Por conta disto, Guidi pode poder o mandato de forma sumária, bastando, para isto, que o PSD nacional reivindique sua cadeira no legislativo federal. Se isto acontecer, provavelmente ele será abrigado em alguma secretaria de Estado, na gestão do governador Jorginho Mello (PL). Todavia, a disputa de um novo mandato de deputado federal, em 2026, pelo PL, é algo pouco provável. Criciúma já tem dois deputados federais filiados ao partido: Daniel Freitas e Júlia Zanatta. Não há lugar para uma terceira candidatura. Caminho mais curto para voltar a um mandato eletivo seria através de uma disputa a Assembleia Legislativa, daqui a dois anos. Disputa esta eivada de riscos, por conta do campo minado por múltiplas candidaturas à Assembleia Legislativa no Sul do Estado.
- Ainda em relação aos deputados federais aqui do Sul do Estado, quem não tem nada a reclamar da disputa municipal deste ano é Geovânia de Sá (PSDB). Atualmente ela é a primeira suplente da federação PSDB/Cidadania, mas com a eleição da deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), para o comando da Prefeitura de Lages, Geovânia assumirá a titularidade de uma cadeira na Câmara Federal até 1º de fevereiro de 2027, e já passa a ser automaticamente a candidata mais cotada da federação partidária a que pertence para renovar seu mandato em 2026, pois Carmem Zanotto, por óbvio, não irá renunciar ao Executivo Municipal para disputar novamente o parlamento federal. Aqui em nossa região, quem ganhará muito com isto será o prefeito Kekinha dos Santos, de Balneário Gaivota, e Almides da Rosa, de Santa Rosa do Sul, ambos filiados ao PSDB de Geovânia e muito próximos do parlamentar. É muito provável que ambos, que foram reeleitos neste ano, façam um segundo mandato marcado por muitas obras intermediada pela deputada em Brasília.