Deputada federal Carol de Toni (PL) voltou a ouvir do governador Jorginho Mello (PL) que o partido não dispõe de vaga para que ela dispute o Senado Federal ano que vem. O governador reiterou que as duas vagas a disposição da legenda serão endereçadas ao vereador carioca Carlos Bolsonaro e ao senador Esperidião Amin (PP).
Nos últimos dias, lideranças do PL catarinense se envolveram em uma série de troca de farpas por conta deste assunto. A deputada estadual Ana Campagnolo, por exemplo, foi chamada de mentirosa por Carlos Bolsonaro, por ter afirmado que o PL perderia a filiação de Carol de Toni, por ela não estar conseguindo espaço para disputar o Senado pela legenda. Ana exigiu respeito do vereador, que simplesmente não voltou a se referir ao assunto. No domingo, Ana Campagnolo conversou sobre o tema com Carol de Toni, e ouviu que sim, de fato ela deverá deixar o PL para concorrer ao Senado. O motivo é a já reiterada informação que de que a vaga que deveria ser de Carol será de Carlos Bolsonaro.
O fato é que o PL catarinense está se desmobilizando por conta de sua submissão a família Bolsonaro. A direita catarinense, no entanto, é muito maior que o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua prole, só que não consegue se livrar de sua vassalagem. Tudo começou já em 2022, quando liderança como as próprias deputadas Carol de Toni e Ana Campagnolo aceitaram trabalhar pela candidatura de Jorge Seif ao Senado. Naquele momento concordaram em regar a semente do nepotismo político bolsonarista em Santa Catarina.
Agora, ambas estão sendo vítimas daquilo que elas mesmas ajudaram a cultivar.
Aparentemente, Carol de Toni, de forma ingênua, ainda parece acreditar que a vaga já destinada a Esperidião Amim lhe será endereçada. Perda de tempo. Amim só não será candidato ao Senado ao lado de Jorginho Mello se não quiser, e pode ser que de fato ele não queira, por temer ter que enfrentar Carlos e Carol na disputa pelo Senado, com ela filiada provavelmente no Novo.
A deputada tem dito que irá esperar até março para que o PL conceda a ela o direito de concorrer ao cargo de senadora. Isto não vai acontecer, e ela precisa agradecer Jorginho Mello por estar já lhe dizendo isto desde agora. O governador poderia simplesmente levar o assunto em banho-maria e anunciar as candidaturas de Carlos Bolsonaro e Esperidião Amim depois de encerrada a janela de transferência partidária, entre março e o início de abril do ano que vem. Sem espaço, Carol de Toni teria que disputar a reeleição, e ponto final. Agora, pelo menos, ela tem a opção de mudar de partido e tentar a sorte por outra legenda.
Finais
- Toda esta história envolvendo Carol de Toni, Carlos Bolsonaro e Esperidião Amin ainda está muito longe de terminar. Isto porque Carlos Bolsonaro já disse que sua companheira de dobradinha ao Senado será Carol de Toni. No entanto, o filho de Jair Bolsonaro estará na mesma coligação de Esperidião Amim. Em tese, o que Carlos está propondo é fazer dobradinha com alguém que poderá, até mesmo, estar na oposição a Jorginho Mello. Se Carol de Toni se filiar ao Novo e o partido se aliar a João Rodrigues (PSD), este será o cenário. Caso o Novo se alie a Jorginho Mello, com Carol de Toni como candidata ao Senado pelo partido, quem pulará fora será Esperidião Amim.
 - Nada disto estaria acontecendo se o PL catarinense puxasse para si a responsabilidade de seu próprio destino. Esta submissão do partido aos caprichos da família Bolsonaro vai acabar custando caro a legenda, pois em determinado momento haverá uma ruptura interna definitiva, com muitos deixando o partido para construir seu próprio caminho. Ironicamente, isto já aconteceu com o Progressistas em Santa Catarina, por conta da eterna sombra de Esperidião Amin no partido. A legenda, que já teve o comando do Governo do Estado, a maioria dos deputados estaduais e federais no mesmo mandato, hoje se apega a uma federação partidária para não sumir do mapa.
 










