Operações desencadeadas pela Operação Lava Jato, e os desdobramentos do bolsonarismo, fizeram com que os partidos no Brasil se acomodassem em seus espaços ideológicos de origem. De uma hora para outra, a direita passou a ser direita, a esquerda passou a ser esquerda e os partidos de centro passaram a ser partidos de centro. Grosso modo, cada macaco foi para o seu galho, defender seus interesses, apostando no reconhecimento das urnas em suas pretensões.
Muito desta divisão foi fomentada pessoalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que separou de forma categórica os aliados dos adversários. Neste sentido, recebeu muitas críticas por estar supostamente dividindo o país, mesmo país que sempre pediu mais transparência dos partidos políticos, pois praticamente todos sempre se posicionaram no cenário político eleitoral de acordo com os seus interesses.
A eleição do presidente Lula da Silva (PT) trouxe consigo a expectativa de que uma suposta unidade nacional voltasse a reinar nas questões político-partidárias. Sem maioria no Congresso Nacional, a única maneira de Lula governar com relativa tranquilidade seria abrindo seu governo às mais diferentes siglas, o que é justamente o que ele está fazendo neste momento.
A entrega de Ministérios ao Progressistas e ao Republicanos, que fizeram parte da base do governo Bolsonaro, é um exemplo clássico de que a velha política está voltando a reinar no Brasil. Ainda que alas dos dois partidos resistam aos encantos do Governo Federal, o fato é que não há como negar que a prática do toma lá, dá cá está com força total. Não que esta prática não existisse dentro do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, todavia, as negociações para dar sustentação a sua gestão eram feitas dentro de um perfil ideológico. Lula, por sua vez, atira para todos os lados, pois não tem deputados federais, nem senadores suficientes de esquerda, para bancar seu mandato.
A volta deste comportamento político em Brasília já começa a ter reflexos nos Estados. Em Santa Catarina, por exemplo, o PSD está negociando coligações com o Partido Novo, objetivando disputar as eleições municipais do ano que vem como aliados. Por sua vez, em Brasília, o PSD é aliado do governo Lula e o Partido Novo faz oposição a Lula. No fim das contas, tudo está voltando a ser como antes, nas terras de Abrantes.
Finais
- Deputado estadual Sérgio Mota (Rep) está almejando ser o herdeiro político de parte do legado do ex-deputado estadual Manoel Mota (MDB) em nossa região. Nesta semana, ele anunciou recursos na ordem de R$ 400 mil para a Prefeitura Municipal de Ermo, objetivando investimentos no setor de Infraestrutura. A articulação para a vinda do recurso foi feita pelo Coordenador Regional do Republicanos, Marco Antônio Mota, o Motinha, que é filho do ex-deputado Manoel Mota. O Republicanos é um dos cinco partidos que dão sustentação a gestão do prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia, o Paulinho (PL), e pretende lançar chapa proporcional completa para disputar a Câmara de Vereadores ermense nas eleições municipais do ano que vem. A intenção é eleger pelo menos um vereador no município.
- MDB de São João do Sul pretende definir seu candidato a prefeito, para 2024, até o final deste ano, objetivando não levar para o ano eleitoral quaisquer rusgas que possam restar deste processo de escolha. Em princípio, o partido conta com as disposições, para disputar o executivo, dos vereadores Ismael Santana Oliveira e Márcio Grei Magnus, como também do funcionário público Ronivon Santos de Matos e do empresário Dionei Oliveira Eugênio. Um dos quatro deverá ser o candidato a prefeito, com a possibilidade de que um segundo nome também possa ser escolhido para compor como vice, no caso de composição de uma chapa pura emedebista. O candidato representará a gestão do prefeito Moacir Teixeira (MDB), e deverá enfrentar a candidatura oposicionista do ex-prefeito Alex Bianchin (PDT).