A lista de tarefas é grande, mas a lista de desejos costuma ser ainda maior. Os braços são curtos para abraçar o mundo — e, mesmo assim, queremos tudo para já.
É desse impulso que nascem o estresse e a ansiedade: a euforia de querer tudo ao mesmo tempo, instantaneamente. Essa pressa desorganiza as emoções e pode minar a confiança em nós mesmos.
Na corrida para chegar à linha de chegada, acabamos errando. E tudo bem. O erro faz parte do processo. Então, por que insistir em carregar a culpa?
A perfeição é ilusão. O verdadeiro fracasso é tentar fazer tudo ao mesmo tempo e às pressas.
O segredo está em focar em um objetivo de cada vez. Criar uma lista de prioridades é um passo simples, mas poderoso, tanto no trabalho quanto em casa. Como escreveu Stephen R. Covey em Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes: “Ponha primeiro o mais importante”.
Aprendi cedo essa lição. Aos 20 anos, ouvi do mestre Antonio Natalio Vignali um provérbio que nunca esqueci: “O homem dos sete instrumentos não toca bem nenhum.” Na época, imaginei alguém tentando tocar vários instrumentos ao mesmo tempo: um caos!
Lembrei também de um antigo comercial de esponja de aço que dizia: “mil e uma utilidades”. Eu acreditava que aquilo significava eficiência, mas estava enganada. Hoje sei que tentar abraçar tudo de uma vez não é sinal de excelência, mas sim um caminho para a frustração.
A vida tem seu próprio compasso e nem sempre conseguimos acompanhar. O que nos resta é perguntar: “O que posso deixar ir?” Afinal, para escrever com a mão direita, preciso largar o celular que seguro. Do mesmo modo, para priorizar uma tarefa, preciso abrir mão de outra que não seja tão urgente.

E para cada conquista, uma celebração. No meu trabalho de desenvolver líderes, aprendemos a importância de aplaudir até as pequenas vitórias. O Burger King, por exemplo, adotou o slogan “You Rule” — “Você governa!”. Reconhecer o esforço, seja do cliente ou do colaborador, contagia e fortalece.
O mais importante não é ser o melhor, mas sentir o dever cumprido. A lista de tarefas pode parecer infinita, mas se houver prazer no caminho e clareza de propósito, os sonhos ficam mais próximos.
Lembre-se: tudo começa com um passo de cada vez. Você pode, sim, abraçar o mundo com braços curtos — desde que trace um plano e respeite o ritmo da sua jornada.