Você já deve ter ouvido falar bastante sobre a inteligência emocional.
Afinal, é um termo em evidência.
Por outro lado, talvez não saiba exatamente o que o conceito significa, nem como repercute em seus objetivos profissionais e pessoais.
Para começarmos a entender o tema, vamos recorrer a uma frase clássica, que diz que “as pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelo seu comportamento”.
Essa é uma sentença ainda atual, mas não nova. Ela representa a realidade das organizações ao longo das últimas décadas.
Na atual era digital, cada vez mais os aspectos técnicos vêm sendo supridos pelos avanços tecnológicos, como a partir da inteligência artificial e do machine learning, o aprendizado da máquina.
A exigência, então, se volta para o desenvolvimento de habilidades comportamentais, as chamadas soft skills, em um processo que precisa ser contínuo para lidar com as situações complexas já existentes e as que ainda irão surgir.
Pois uma das soft skills mais importantes (e também mais difíceis de se desenvolver) é justamente a inteligência emocional. Quando bem trabalhada, essa é uma competência que traz maior equilíbrio na vida pessoal e sucesso profissional para quem almeja evoluir na carreira.
A dúvida que até então pairava nas organizações é se a inteligência emocional não seria uma habilidade inata.
Hoje, sabemos que não: ela não só pode como deve ser desenvolvida por cada um de nós.
O tema é interessante para você?
Então, acompanhe abaixo o que preparamos nesse artigo:
O que é Inteligência Emocional?
De acordo com a psicologia, inteligência emocional é a capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos.
Um exemplo é a pessoa que consegue terminar suas tarefas e atingir suas metas, mesmo sentindo-se triste e ansiosa ao longo de um dia de trabalho. Ou seja, é uma habilidade que permite que as pessoas gerenciem melhor seus sentimentos e a forma que agirão com base neles.
Como surgiu a inteligência emocional?
A primeira referência à inteligência emocional de que se tem notícia é do século XIX, de autoria do naturalista Charles Darwin.
É bem verdade que, à época, o conceito mais preciso era o de expressão emocional.
Tinha muito mais a ver com o instinto de sobrevivência e com a teoria evolucionista de adaptabilidade do que com o sentido que conhecemos hoje.
Depois, já no século XX, vieram outras ideias como as de inteligência social, que tratava sobre a capacidade humana de compreender e motivar uns aos outros, e a de inteligências múltiplas, que abordava os aspectos intra e interpessoais.
Aqui, com o psicólogo Howard Gardner, foi a primeira vez que se procurou entender os próprios sentimentos, motivações e medos.
Sem dúvida, foram referências importantes, que contribuíram para se chegar à definição atual de inteligência emocional.
Porém, o termo em si foi usado pela primeira vez somente em 1990 pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer, na revista Imagination, Cognition and Personality.
O papel de Daniel Goleman
Todos os teóricos, cientistas, pesquisadores e psicólogos citados tiveram a sua participação no desenvolvimento do conceito e de estudos envolvendo a inteligência emocional.
Mas nenhum deles tem um papel tão fundamental quanto o escritor Daniel Goleman, autor do best seller Emotional Intelligence, de 1995.
Só para você ter uma ideia, a obra vendeu mais de 5 milhões de cópias e foi traduzida para 40 idiomas diferentes. Ou seja, Goleman foi o responsável por popularizar o tema, levando o assunto a diversas camadas da sociedade, para além da academia.
Ao contrário de seus colegas e antecessores, a linguagem usada por ele é muito mais acessível ao público em geral, facilitando a compreensão.
O tom persuasivo também é uma marca de Goleman, que foi colunista do The New York Times por 12 anos.
Ele escrevia no caderno de Ciências e focava seus textos especialmente no comportamento humano e no funcionamento do cérebro.
Em termos mais conceituais, o autor foi o primeiro a se aprofundar de fato na complexidade da inteligência emocional.
Goleman apresentou resultados de novos estudos sobre a mente humana, associando diversos aspectos da nossa personalidade às habilidades cognitivas.
Entre as suas principais contribuições técnicas está a criação do conceito de Quociente Emocional (QE), um complemento ao Quociente de Inteligência, o famoso QI.
Segundo Goleman, a capacidade de uma pessoa em lidar com suas emoções é muito mais importante que a sua competência de processar informações.
Ele inclusive dá números a essa relação.
O sucesso de uma pessoa, de acordo com o pesquisador, tem 80% a ver com o seu QE, enquanto o QI é responsável pelos outros 20%.
Afinal, do que adianta ter um nível de conhecimento acima da média e não saber trabalhar suas emoções?
Você gostou deste artigo?
Na próxima postagem vamos aprofundar um pouquinho mais esse assunto.
Extraído: Fundação Instituto de Administração.
Livro: Inteligência Emocional, Daniel Goleman