Considere a seguinte situação: você vai apresentar um importante projeto de sua divisão de negócios para o vice-presidente global em uma hora. Tecnicamente, está tudo impecável. Você revisou cada ponto com o time envolvido e estão todos de acordo e confiantes que o projeto será aprovado.
Você está muito satisfeito com o trabalho. Então, resolve fazer uma pausa para saborear um cafezinho.
Ao chegar lá, encontra um grupo de colegas. No meio da conversa, alguém faz uma brincadeira com você.
Todos riem e seguem a conversa. Contudo, algo naquela brincadeira mexeu com seu emocional.
Você não consegue identificar o que aconteceu, mas isso o desestabiliza. Sua confiança para a apresentação vai embora, e uma ansiedade sem fim toma conta de você. A apresentação que parecia estar perfeita agora parece estar cheia de defeitos.
Você se torna o pânico em pessoa. E o cenário continua se deteriorando. Na hora “H”, perante o VP global, você se enrola, não defende seu ponto de vista, não sustenta seus argumentos, nem sua construção lógica.
Até seu inglês impecável o deixa na mão. Tudo vai por água abaixo e seu projeto não é aprovado.
O que será que aconteceu?
Qual gatilho emocional aquela brincadeira disparou? Quais emoções foram despertadas?
Uma pessoa com inteligência emocional saberia identificar a emoção que a brincadeira despertou.
E, ao perceber, usaria alguma técnica para contê-la naquele momento para poder continuar desempenhando seu papel na apresentação.
Existem diversas técnicas de PNL (Programação Neurolinguística), como a âncora, na qual a pessoa recorre a uma imagem positiva que permite que, com ela, se restabeleça o controle emocional rapidamente.
Contudo, esse não foi o caso. E sua carreira pode ser prejudicada por episódios como esse.
Esse é um exemplo do ambiente profissional, mas, na vida pessoal, existem diversas outras situações similares que poderíamos contornar melhor com inteligência emocional.
As habilidades comportamentais, também chamadas de soft skills, ganham cada vez mais força no mercado. Não é como se as competências técnicas ou hard skills estejam perdendo espaço. Elas seguem sendo necessárias. Mas os atributos não técnicos surgem como diferenciais em um mercado em que a concorrência está cada vez mais especializada.
Para 2021, o LinkedIn Workplace-Learning Report indica a resiliência e a criatividade com as duas principais soft skills do momento.
Gerações mais antigas, como os Boomers, a Geração X e até os Millennials, estão preocupados em desenvolver competências como liderança e comunicação, também aponta o estudo.
Já o Global Talent Trends acrescenta outras habilidades à lista:
- Adaptabilidade
- Colaboração
- Persuasão
- Inteligência Emocional.
- Escuta ativa, inovação, trabalho em equipe e ética são atributos que também aparecem no levantamento da The Ladders com as soft skills mais requisitadas no mercado atualmente.
Para 2025, o estudo anual Future of Jobs, do Fórum Mundial da Economia, traz outros insights de competências comportamentais que ganharão mais força, como:
- Pensamento analítico
- Capacidade de resolver problemas complexos
- Iniciativa
- Originalidade
- Pensamento crítico
- Tolerância ao estresse
- Flexibilidade.
Habilidades sociais indispensáveis para qualquer profissional
Dentro das soft skills podemos fazer uma subdivisão, que são as chamadas habilidades sociais. Nesse tipo de competência são trabalhadas questões interpessoais e, portanto, a busca pelo estabelecimento de relações mais próximas uns com os outros.
Algumas aptidões já mencionadas cabem aqui também, como, por exemplo:
- Trabalho em equipe
- Empatia
- Escuta ativa.
E outras podem ser adicionadas:
- Tolerância e respeito às diferenças.
- Mente aberta
- Resolução de conflitos.